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Jorge Machado, deputado do PCP, à porta da empresa

Depois de uma sucessão de despedimentos que lançaram milhares de trabalhadores para o desemprego, e apesar dos milhões de ajudas públicas nacionais e comunitárias, a multinacional Yazaki Saltano, demonstrando mais uma vez a sua insaciável capacidade para sugar tudo o que sejam ajudas públicas,  encetou esta semana um processo de Lay-off envolvendo 786 trabalhadores. Desta forma, e até Setembro, com possibilidade de renovar a redução temporária do horário de trabalho por mais seis meses, a empresa pretende, à custa da segurança social, explorar ainda mais os trabalhadores, ficando estes com apenas 2/3 do salários, à disposição da empresa quando e como esta quiser. Na sequência de mais este ataque ao bolso e à dignidade dos trabalhadores da Yazaki que tanto deram a ganhar à empresa nas últimas décadas, o deputado comunista Jorge Machado esteve esta sexta-feira à porta da empresa, dando conta do requerimento entretanto entregue na Assembleia da República sobre a situação.

 

Centenas de trabalhadores entrarão em Lay-off imposto pela empresa

No contacto que manteve antes do plenário marcado pelo sindicato, era bem patente a revolta dos trabalhadores que na prática irão trabalhar praticamente o mesmo levando um corte de um terço no ordenado para casa. Ao mesmo tempo que explicava os termos do requerimento, Jorge Machado não deixou de dar igualmente conta de uma recente iniciativa parlementar do PCP visando precisemente controlar o uso abusivo do Lay-off. Esta situação, segundo o deputado comunista, representa um escândalo. Ao abrigo de uma conjuntura económica desfavorável, mas sem ter em conta os milhões de lucros que a empresa teve ao longo de décadas, a empresa fica a pagar apenas um terço dos salários ficando os restantes dois terços a cargo da segurança social. Ou seja são os descontos dos trabalhadores que servem para pagar a crise. Se até aqui a segurança social não podia comportar o aumenta das reformas ou o alargamento do subsídio de desemprego, o quadro muda de figura quando se trata de ajudar o patronato.

 

Outra situação que motivou fortes protestos por parte dos trabalhadores passa pela ausência de perspectivas de futuro no seio da empresa. Apesar de mais uma vez o Estado Português amparar este golpe por parte da empresa, absolutamente nada garante que a empresa não volte a despedir assim que passarem os 6 ou os 12 meses do lay off. Sobre esta matéria, Jorge Machado prometeu igualmente tomar medidas num quadro mais alargado onde o Grupo Parlamentar tem vindo a trabalhar e que passa por uma efectiva fiscalização de todas as ajudas públicas atribuídas às empresas. É imperioso que o povo português saibam o qual o destino de todas estas ajudas que saem do orçamento de estado ou seja dos impostos pagos por todos nós.

Pode consultar o requerimento aqui.

Jorge Machado em conversa com trabalhadoras da Yazaki