Imprimir

Investvar volta atrás com a palavra dada

O PCP, quer a nível local quer a nível nacional e particularmente ao nível da Assembleia da República, tem procurado acompanhar a situação do Grupo Investvar e dos seus trabalhadores sobre quem continua a pairar a maior das incertezas.

Perante o completo alheamento do Governo, a Move-on, empresa criada sobre os escombros do Grupo, tem vindo a realizar uma autêntica chantagem sobre os trabalhadores, propondo despedimentos com indemnizações a uns, emprego a outros sem definir seja o que for e sem concretizar coisa alguma. A fábrica encontra-se sem produzir, dificultando cada vez mais qualquer tipo de solução minimamente aceitável para as várias centenas de trabalhadores que permanecem numa situação totalmente inaceitável.

 

Esta situação é tanto mais escandalosa quanto se quer inviabilizar uma empresa, criando outra ao lado, nas barbas do governo, com o passivo “limpo” e apenas destinada a comercializar sapatos fabricados em empresas do grupo situadas fora do país.

O último episódio aconteceu com o adiamento sem data marcada da compra das instalações da DCB por parte da Move-on. Com este negócio, e segundo a Administração - e com o acordo do gestor judicial - parte dos trabalhadores seriam contratados pela nova empresa e outros, num total de 97, ficariam então despedidos recebendo os respectivos direitos incluindo o subsídio de desemprego para o qual contribuíram.

Contra todas as expectativas então criadas, e lançando novamente a confusão no seio dos trabalhadores e respectivas famílias, o negócio acabaria por ficar em banho-maria com o adiamento sine dia da escritura. A razão fundamental terá sido "o futuro e alegadamente ainda incerto trajecto do TGV, considerando que a alternativa a poente passa precisamente nos terrenos da fábrica."

 

O PCP não pode deixar de estranhar esta argumentação de última hora. Em primeiro lugar, a questão do TGV não é nova, sendo surpreendente que surja apenas agora em cima da mesa. Em segundo lugar, não se compreende em que é que o TGV afecta o valor do imóvel. Finalmente e em terceiro lugar, existem informações públicas e verificáveis no site da Câmara segundo as quais a alternativa B (a tal que passa a poente e atravessa a zona industrial da Torre) foi já abandonada e preterida em favor da chamada alternativa A, a nascente da A29. Foi igualmente aprovado por unanimidade por parte da Câmara um parecer favorável relativamente a um decreto lei que liberta o corredor B da aplicação de medidas preventivas o que confirma o referido abandono.

Perante esta situação, Miguel Viegas enviou já um requerimento dirigido à Câmara Municipal de Ovar sobre o assunto procurando uma resposta definitiva relativamente ao traçado do TGV e instando a Câmara a esclarecer a situação junto da Administração da Move-on.

Pode consultar o requerimento aqui.