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PCP distribuiu comunicado aos trabalhadores e trabalhadoras da empresa, apelando à luta pelos postos de trabalho

Após um longo e penoso processo, através do qual se foi desmantelando peça por peça aquele que chegou a ser o maior grupo de calçado português e principal exportador, assistimos hoje a mais um episódio trágico para os poucos trabalhadores remanescentes deste macabro processo. Importa referir que o este grupo, hoje sob a designação de Move-on, empregava directamente nas suas diversas fábricas em Portugal (DCB, Glovar, Ilpe e outras) quase dois mil trabalhadores, tendo igualmente largas dezenas de outras fábricas em concelhos circunvizinhos a trabalhar em regime de subcontratação.

Com a conivência do governo, que chegou a ser accionista maioritário da empresa, e a indiferença da Câmara de Ovar, a verdade é que, apesar dos sucessivos apelos do PCP, nunca houve vontade política para recuperar uma empresa estratégica para o concelho e para a região. Num balanço trágico, no qual o governo enterrou cerca de 50 milhões de euros, prova-se aqui mais uma vez a quem serve estas políticas de rendição aos interesses dos grandes grupos económicos.

Em vez de apostar na recuperação da empresa, o governo limitou-se a limpar o respectivo passivo e vender os despojos do grupo a uma multinacional sem nenhuma garantia relativamente aos postos de trabalho, e com o facto peculiar do grupo "Tata", a quem foram vendidos os activos da Move-on, ter como principal consultor nada mais nada menos do que o gestor e principal responsável pela ruína da Investar-Aerosoles.


Na sequência deste despedimento colectivo, através do qual de pretende aniquilar cerca de meia centena de postos de trabalho, o PCP esteve esta semana à porta da empresa demonstrando mais uma vez a sua solidariedade com os trabalhadores, com a entrega de um comunicado apelando à luta e à resistência, dentro e fora da empresa, através designadamente da sua participação na grande manifestação convocada pela CGTP em Lisboa no próximo sábado. O PCP irá igualmente esta semana apresentar mais um requerimento na Assembleia da República sobre esta grave situação.