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Decorreu na passada sexta-feira a festa de inauguração das obras de renovação do Centro de Trabalho de Ovar do PCP, que contou com a presença de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP. Para além deste, participaram igualmente os camaradas Alexandre Araújo, do Secretariado do Partido e João Frazão da Comissão Política e responsável pela Direcção Regional de Aveiro do PCP.

 

O Centro de Trabalho de Ovar do PCP foi inaugurado a 7 de Julho de 1974, imediatamente a seguir à Revolução de Abril, com a participação de vários militantes, alguns dos quais ainda no activo, como sejam os camaradas Henrique Neiva, António Romão e João Silva, outros infelizmente já desaparecidos como é o caso do saudoso Moisés Lamarão. Em 2001, o PCP chega a acordo com o proprietário e passa de inquilino a dono do edifício. Um edifício histórico, bastante antigo, a colocar na ordem do dia a necessidade da sua recuperação e valorização.

 

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Numa cerimónia à porta do Centro de Trabalho, onde foi descerrado um painel de azulejo comemorativo, intervieram Miguel Viegas da Comissão Concelhia de Ovar e Jerónimo de Sousa. Numa primeira e curta intervenção, o dirigente local do PCP, depois de, em nome da Comissão Concelhia de Ovar do PCP, saudar calorosamente os presentes, fez questão de sublinhar a grande obra colectiva que foram as obras de renovação do Centro de Trabalho. Uma obra feita à imagem do Partido que somos e queremos continuar a ser e que só foi possível devido à contribuição generosa de centenas de militantes e simpatizantes do PCP assim como às centenas de jornadas de trabalho militante, só possível num partido como o PCP, ímpar na sociedade portuguesa. Com este Centro de Trabalho renovado, ganha o Partido, mas ganham também Ovar e seus trabalhadores com mais este instrumento de luta em defesa dos seus direitos. Para quem vaticinava a morte do PCP, tantas vezes anunciada pelos escribas e politólogos da nossa praça, são momentos como este que, segundo Jerónimo de Sousa, representam a prova mais cabal de que este Partido, com estas características e esta identidade, está aí para durar, como o atestam igualmente as mais de 4500 novas adesões desde o último Congresso do Partido.

 

Após o descerrar do painel, contendo uma frase de Álvaro Cunhal tirada do livro "O Partido com Paredes de Vidro" ("A maior alegria do militantes comunista resulta do êxito alcançado não para benefício próprio mas para benefício do povo"), seguiu-se a visita ao Centro de Trabalho, com especial relevo para o primeiro piso, onde se encontram expostas um conjunto de nove obras oferecidas por seis artistas vareiros (Adélia Gomes, António Melo Rosa, Arlindo Fagundes, Hélder Ventura e Luís Silva), que quiseram assim associar-se ao acontecimento.

 

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Numa sala pequena para acolher tantos militantes e simpatizantes, seguiu-se um jantar comemorativo durante o qual aconteceram as intervenções políticas da noite. João Frazão, o primeiro a usar da palavra, sublinhou a importância desta realização colectiva, que foram as obras do centro de trabalho e que abrem novas perspectivas de luta para os difíceis momentos que aí vêm. Referindo-se ao anunciado encerramento das urgências do Hospital de Ovar, anunciado para o próximo dia 15, ou à forma como foram chumbadas as iniciativas parlamentares do PCP a favor da Barrinha de Esmoriz pelo PSD, PS e CDS-PP, ou, ainda, pelo modo como os trabalhadores da Bi-Silque têm sido tratados como arma de arremesso por parte da Administração da empresa, o dirigente comunista apontou a luta organizada e em unidade com todos os que não se revêem nas políticas de direita, levadas a cabo ao longo dos últimos 31 anos, como única saída para a crise. Numa segunda intervenção, Jerónimo de Sousa apontou baterias para o orçamento de estado recentemente aprovado pela maioria socialista. Um orçamento profundamente marcado pelos interesses de classe que sustentam este governo, onde aumentam vertiginosamente os benefícios fiscais para o grande capital e persistem os apertos para os que menos têm, sejam através de aumentos miseráveis nos salários, que não cobrem sequer a inflação, seja através do aumento da carga fiscal, em especial para os reformados.

 

A presidência portuguesa da UE, relativamente à qual não se consegue vislumbrar sequer um aspecto positivo para Portugal e o empobrecimento da nossa democracia mereceram igualmente uma extensa abordagem do Secretário-Geral do PCP, que terminaria a sua intervenção alertando os presentes para os perigos que estão aí à espreita e ameaçam já os próprios fundamentos da nossa democracia. É a repressão nas empresas e locais de trabalho, nas escolas ou nos sindicatos, com a participação activa das forças da ordem ao serviço do patronato, em autênticas manobras de intimidação visando trabalhadores, sindicalistas, estudantes ou tudo o que cheire a contestação à ordem instalada. Outro plano desta ofensiva antidemocrática passa pela revisão das leis eleitorais através da qual PS e PSD pretendem garantir na secretaria as maiorias que não conseguem através do voto universal e proporcional.

 

O fecho da noite ficaria a cargo do Grupo Gente d´Alma Portuguesa.

 

Ovar, 8 de Dezembro de 2007

Comissão Concelhia de Ovar do PCP