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Há dezenas de anos que o grande capital financeiro e económico, indígena e multinacional, anda a cantar aos portugueses o fado de uma crise que, como todos sabemos, atinge os mesmos de sempre, isto é, a maioria do povo. A cantoria entra pelas nossas casas dentro pelos mais variados meios de comunicação, com destaque para as TV’s. Os grandes fadistas contratados de nome PSD e PS (sempre afinados), acompanhados à guitarra pelo CDS, e à viola baixo por uma tal de “cooperação estratégica” lá vão dizendo que a crise é global, nós até nem somos de cá, viemos ver a bola, etc. e tal. De alguns dias para cá surgiu uma nova teoria: “Os portugueses não devem baixar os braços!” A isto eu respondo com  a expressão “mãos no ar!” Como pode ter mais do que uma interpretação, eu passo a explicar.

 

1 - Mãos no ar - pode suceder a qualquer um, de várias maneiras; ser assaltado em plena rua à mão armada, roubo por esticão, carjaking (os nomes que eles inventam) ou de maneira mais trivial e de forma menos espectacular,  na bomba de gasolina, ao sentir o custo de encher o depósito do veículo, e ainda na ida às compras ao super ou hipermercado para abastecer um mínimo cabaz de compras de bens essenciais, por um muito grande punhado de euros que cada vez escasseiam mais nos bolsos de quem trabalha ou vive do seu trabalho ou reforma.  

2 - Mãos no ar - também é a ameaça que está sobre a cabeça de todos os trabalhadores do sector público e privado, com a revisão para pior do malfadado código do trabalho, que o governo de José Sócrates quer aprovar a mata-cavalos respondendo às exigências que o grande patronato organizado na CIP, União Europeia, etc. (agora também o FMI) quer impor como factor para um falso desenvolvimento do país, e que descodificado, quer dizer exploração sem limites, ancorada na criação de um exército de desempregados sem direitos, ao arrepio da Constituição da República Portuguesa.

 

3 - Mãos no ar - é o que sucede quando, em marés de aflição, temos de recorrer aos serviços de saúde cada vez mais caros, com sucessivas subidas das taxas moderadoras em consultas ou meios de diagnóstico e terapêutica. Acresce a isto o encerramento e/ou esvaziamento de serviços, cada vez mais afastados das populações implicando despesas, esperas intermináveis, em suma, pior saúde, menos qualidade de vida.

4 - Mãos no ar - foi o que fizeram os deputados do PS na Assembleia da República para chumbar as sete medidas de emergência apresentadas pelo PCP para combater de facto e na prática, a tão badalada crise e muito ao jeito de, silêncio que se vai enfrentar a crise, esconderam e escondem dos portugueses todas as justas propostas do PCP.

 

Como os “trabalhadores e o povo português não estão condenados eternamente a ser explorados humilhados e ofendidos” (…) “confiantes e determinados os militantes comunistas continuarão a dar o seu contributo para o necessário desenvolvimento e intensificação da luta” NÂO VÂO BAIXAR OS BRAÇOS. Com energia e convicção, de mãos no ar, vão cantar  na festa da Alegria em Braga já no próximo fim-de-semana, alto e bom som, que “Só de punho erguido a canção fará sentido” e que a luta continua!