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Juliana SilvaQuem é que gostava de ver as notícias do dia-a-dia sem se esbarrar num país carregado de pessoas desempregadas, onde os jovens não têm formas de iniciar uma vida autónoma, os trabalhadores vêem-se cada vez mais atacados pelas políticas de direita do actual governo, as unidades de saúde a fechar em vez de serem melhoradas, as escolas sem responder às necessidades das nossas crianças, quem não gostaria que o nosso governo estivesse com o povo em vez de estar contra ele? Que o emprego fosse o futuro em vez de ser uma dificuldade? Pois, decerto que todos gostaríamos; todavia a precariedade no trabalho e o desemprego têm aumentado; a saúde transforma-se num negócio, bem como a educação desde a pré-escola até ao ensino superior.

 

O Estado tem de tomar consciência que os estudantes são sujeitos activos no processo de aprendizagem, titulares de direitos e não meramente clientes à espera de um diploma, diploma este que na maior parte das vezes se torna numa entrave para entrar no mundo do trabalho de hoje. Ou seja, supondo que sou licenciada em educação de infância e no meu ano de conclusão do curso procuro trabalho, simplesmente não consigo colocação numa instituição privada nem numa pública… e como necessito de trabalhar, tenho de procurar forçosamente noutras áreas. E aqui surge outro problema: a minha licenciatura torna-se num obstáculo, pois tenho habilitações literárias a mais do que o lugar que procuro. Esta situação torna-se numa verdadeira barreira para mim própria, ficando como mais uma desempregada, entre milhares de portugueses, tendo que lutar por algo em que acredito, a educação, o emprego e o futuro.

Para um recém-licenciado, a dificuldade de entrar no mundo de trabalho é evidente no nosso país, mas como é que Portugal está desta forma? Sem os jovens trabalhadores (licenciados ou não) o país consegue progredir? Em que lugares os vão colocar? Vão ficar até os trinta e seis anos à espera de engrenar no mundo do trabalho e iniciar a sua vida profissional? Não, não, e não! Os jovens vão ter de lutar pela defesa dos seus interesses imediatos, como o direito ao trabalho, salários dignos, desde logo contra a exploração da mão-de-obra, resumindo, lutar contra as políticas claramente capitalista do nosso governo. Não podemos ficar de braços cruzados, chegando ao ponto de atingir uma idade considerável, onde os objectivos de vida já passam por ter uma família, uma casa, ou seja, uma vida estável, onde o trabalho também estável desempenha um papel fundamental. Por isto, e muito mais, é que o emprego é o futuro, apostando nos direitos dos trabalhadores, na evolução tecnológica das empresas, com o intuito de desenvolver o nosso país, Portugal.

 

O número de desempregados, que no primeiro trimestre de 2005 era de 412 600 trabalhadores, atingiu no primeiro trimestre de 2009 o valor de 495 800 – quase meio milhão! - aumentando a taxa de desemprego para 8.9%. Actualmente o nosso governo justifica este aumento avultado do desemprego com a crise que se trava a nível mundial; todavia, a verdadeira justificação refere-se a uma diminuição de custos por parte do patronato, que aumentado em roda livre os níveis de exploração. Deste modo, é o futuro do nosso país que fica em causa, bem como o do povo, que depois de não ter possibilidades económicas não tem apoios sociais do estado.

Por esta luta, que precisa de ti, de todos, é que deves votar com consciência naqueles que durante todos estes anos estão com os desempregados, com os jovens, com os trabalhadores ouvindo as dificuldades do dia-a-dia, sugerindo infinitas propostas que poderão aumentar a qualidade de vida dos portugueses; propostas estas possíveis de se realizarem no nosso país. Porque lutar vale sempre a pena!

Juliana Silva
Candidata da CDU à Assembleia Municipal de Ovar