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Jantar comemorativo dos 92 anos do PCP, em Ovar

No dia 6 de Março de 2013 o PCP cumpria 92 anos de existência na vida política nacional. Uma vez mais, a Organização Concelhia de Ovar do PCP comemorou a data com o tradicional jantar-convívio no seu Centro de Trabalho, onde mais de 80 militantes e amigos do partido tiveram oportunidade de confraternizar e comemorar a efeméride. A iniciativa contou ainda com a presença e intervenção da camarada Mafalda Guerreiro, membro do Comité Central e da Direcção da Organização Regional de Aveiro (DORAV) do PCP.

Na sua intervenção, Óscar Oliveira realçou em primeiro lugar as comemorações do Dia Internacional da Mulher, no qual se celebra a vontade irreversível de emancipação das mulheres e da igualdade de género em todos as suas dimensões - incluindo a laboral e a social. O importante papel das mulheres comunistas no trabalho político e organizativo nesta organização concelhia não foi esquecido, terminando com uma forte ovação por parte de todos os presentes. Foi feito ainda um breve balanço da actividade do PCP no último ano no concelho, com destaque para a luta pelas freguesias, das eleições em Esmoriz, do aumento do preço da água e a privatização do Hospital. Por fim, um destaque especial às comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal que decorrem durante este ano no distrito de Aveiro e terão uma iniciativa em Ovar.

Mafalda Guerreiro, membro do Comité Central e da DORAV do PCP

Na sua intervenção, Mafalda Guerreiro destacou a história ímpar de luta e coragem do PCP, portador de 92 anos de um passado de dedicação sem limites pela causa emancipadora da classe operária e dos trabalhadores, do nosso povo, à causa do socialismo e do comunismo. O nascimento e a existência tão longa do PCP - mesmo em situações de perseguição extrema como na ditadura fascista - devem-se, não a qualquer acaso, mas à necessidade da força de quem trabalha, organizada e com programa, superar as contradições e desigualdades sistema capitalista. Mas o PCP não é apenas um partido de passado; é portador de um projecto de futuro, afirmando-se hoje como uma força viva, actuante, combativa, ligada à vida, capaz de ombrear com as mais exigentes tarefas e desafios, como ficou patente no XIX Congresso sob o lema "Democracia e Socialismo - os valores de Abril no Futuro de Portugal".

Neste sentido, os comunistas apresentaram recentemente um conjunto de 12 medidas imediatas contra a exploração e o empobrecimento, incluindo o aumento dos salários e das pensões, o alargamento do acesso ao subsídio de desemprego, a reposição do abono de família e a regulamentação dos preços dos transportes e dos combustíveis, entre outras.

 

É urgente a defesa acérrima dos valores de Abril que, conquistados em 1974, têm vindo a ser destruídos por sucessivos governos PS, PSD com a ajuda do CDS. Mas nunca como antes um governo impôs tantos retrocessos e empobrecimento num tão curto período de tempo. Um governo que, perdendo qualquer resquício de respeito pelo povo português, se aproveita da sua difícil situação para impor retrocessos brutais nas suas condições de vida, nos seus direitos laborais, nos seus horários de trabalho, no seu direito à saúde, à educação, à justiça, enfim, a uma vida digna. Importa no entanto realçar que o governo PSD/CDS não é apenas um mau gestor, mas um executante fiel das políticas neoliberais impostas pelo capitalismo nacional e internacional. Não é por acaso que, em plena crise, os grandes grupos económicos, os mesmos que apoiam as políticas dos governos PS-PSD-CDS, tenham apresentado chorudos milhões de lucros enquanto milhões de portugueses assistem ao afunilamento do seu futuro. É por isso imperativo o desenvolvimento da luta de massas que exija - como já tem exigido - a demissão do governo, a rejeição da política de direita e a implantação de uma política patriótica e de esquerda.

A intervenção não pôde ainda deixar de denunciar o papel ambíguo do PS, que finge oposição ao mesmo tempo que não se demarca do memorando que assinou com a troika estrangeira, documento de suporte da estratégia de aprofundamento das políticas agressivamente neoliberais deste governo. O PS não pretende ser um verdadeiro travão à política de direita, mas antes preparar-se para ser o seu próximo executor. É por isso que não se opõe ao corte dos 4.000 milhões na despesa pública (propondo apenas mais tempo para a medida ser cozinhada em fogo lento...); que não defende e recuperação dos direitos entretanto perdidos; que não se opõe às privatizações (pois se as propôs no passado...); que não apoia a subida do Salário Mínimo Nacional proposta pelo PCP.

Por fim, uma palavra para as eleições autárquicas que decorrerão já no final de este ano. Uma vez mais o PCP, os Verdes e muitos independentes estarão juntos nesta batalha eleitoral através da Coligação Democrática Unitária, força de reconhecido trabalho, honestidade e competência nas autarquias onde está representada. O PCP colocará todas as suas forças na campanha de esclarecimento que se impõe, tendo em conta que todo e qualquer avanço da CDU nas eleições autárquicas servirá não apenas os interesses das populações, mas também criará melhores condições para a ruptura nacional com a política de direita.

 

A caminho do século de existência, o PCP deu e continua a dar um contributo inestimável para fazer andar a roda da história no sentido do progresso, da liberdade, da democracia, da elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo e do seu direito soberano e inadiável a escolher os caminhos do seu futuro. Hoje e sempre, está capaz e preparado para assumir todas as responsabilidades que o povo português lhe queira confiar.

Após as intervenções e antes de um convívio que viria a durar largas horas, foram cantados os parabéns ao som da belíssima melodia d'A Internacional.