(pesquisar por João Sarabando)
Diz-nos Álvaro Cunhal que: “política é uma palavra digna. Significa uma orientação, uma proposta e uma intervenção destinadas a resolver os problemas que se colocam na vida de qualquer sociedade”.
É nesta linha que o PCP, pela voz do deputado Agostinho Lopes, apresentou na quinta-feira, 26 de Junho 2008, na Assembleia da República, “Sete Medidas Urgentes para Responder à Crise” de que toda a gente fala, enquanto - sem sombra de remorso - o Governo PS/Sócrates leva à prática uma política de “acelerada desvalorização dos salários e pensões de reforma, na asfixia de milhares de pequenas e médias empresas, no aumento das desigualdades sociais e da pobreza no nosso País”.
Para contraditar as propostas do PCP, foi incumbido o deputado do PS aveirense (cagaréu ou ceboleiro?) Afonso Candal. No seu estilo de fala grosso para impressionar, debitou estórias de criação de empregos que ninguém vê, trocou os pés pelas mãos com padeiros, moleiros e agricultores opinando que, depois das relações de troca entre os vários agentes no processo de produção do pão, o agricultor diria: “raios para os comunistas que me estão a lixar”.
Como não podia deixar de ser levou a resposta na hora da parte do camarada Bernardino Soares, que, prontamente desmascarou o discurso populista do “fogoso” deputado e do seu grupo parlamentar [8 eleitos por Aveiro]. Porque será que ninguém os encontra na luta contra os despedimentos quase diários no distrito? Os dicionários classificam que na gíria popular, lixar, significa “causar dano”. E, na verdade, é disto que se trata. A política do governo serve às mil maravilhas um punhado de grandes senhores do capital económico e financeiro e causa profundo dano aos trabalhadores e à esmagadora maioria do povo português.
Como é evidente, sendo a comunicação social propriedade, na sua esmagadora maioria, do grande capital, todos à uma exclamaram eufóricos: «chumbadas sete medidas do PCP que o PS considerou populistas». Fazendo do anticomunismo primário a sua ideologia, os partidos protagonistas da política de direita [e servidores] sabem - e nós também sabemos - da justeza e da exigência de uma política alternativa de esquerda e por um Portugal com futuro.
Assim foi este fim de semana, em que milhares de trabalhadores, respondendo ao alerta geral e de protesto da CGTP, gritaram bem alto de norte a sul do país: “Está na hora, está na hora, desta política ir embora!”. Em linguagem popular pode afirmar-se que “O povo unido e organizado jamais será lixado”, porque a luta continua!