Foram publicados no jornal Praça Pública, em 2 de Julho de 2008 alguns dados relativos a 2007 da Comissão de Protecção de Menores (do abandono escolar ao abuso sexual, 315 indivíduos) e da Carta Educativa do Concelho (abandono escolar precoce, do 1º ciclo ao secundário, 7209 alunos). Da leitura da notícia e do que pude perceber, está “tudo como dantes, quartel-general em Abrantes” no que diz respeito à pobreza e à falta de responsáveis assumidos.
Eu ainda sou do tempo [anos 50], em que os miúdos dos bairros pobres da vila, abandonavam a escola com a 3ª classe [alguns bem inteligentes] e iam trabalhar para o Mateiro, para as traineiras de Matosinhos, para o campo ajudar os pais à jorna, etc. A fome física e espiritual era uma realidade bem dura que é preciso explicar aos mais novos. Acontece que, por essa altura, Portugal já era uma nação governada por políticos organizados em partidos; União Nacional e depois Acção Nacional Popular, e que por acaso até para uma sociedade de brandos costumes usava pregar uns safanões a tempo nos que ousassem descobrir/propor outros caminhos para resolver os problemas da sociedade portuguesa. Já nesse tempo havia sociedades de bem-fazer e a esmolinha por amor de Deus à sexta-feira e à porta dos mercados. Pelos vistos os [nórdicos] seguidores de Lutero deram à perna e avançaram alguns anitos na melhoria da vida dos seus povos, e nós com os modernaços do menino de ouro do PS mais os do “compromisso” e da cooperação estratégica, tão cedo não chegamos lá.
Por isso acho um pouco estranho que algumas figuras públicas na área da solidariedade [caridadezinha?] metendo tudo no mesmo saco, afirmem não acreditar nos políticos, e que a sociedade muda quando mudar o coração, fazendo passar a mensagem dos partidos todos iguais, tão do agrado dos financeiros, adoradores do ouro dos bezerros, bolsas e coisas que tais, vivendo à custa da exploração do trabalho alheio.
Eu tenho a convicção de que o coração [consciência] muda, quando mudar a sociedade. E que, para mudar a sociedade eu/nós lutamos e votamos em partidos, que com confiança nos apontem caminhos de esperança contra o imobilismo e as inevitabilidades e contribuam com a sua reflexão e prática para acabar com a vergonhosa situação noticiada pelo Praça Pública!
Para terminar, obviamente, votamos C.D.U. !