António Macedo, candidato à Câmara Municipal de Ovar

O desemprego é, sem margem de dúvida, a principal chaga e preocupação que afecta, directa ou indirectamente, muitos milhares de Portugueses, não havendo ninguém que não tenha um familiar, ou um vizinho que não esteja nesta situação.

Há uns meses (não muitos), fora do período eleitoral, todos vimos quem era o motor da denúncia, e da luta contra esta chaga social, na rua, junto das empresas e ao lado dos trabalhadores afectados, fosse na Yazaki, na Aerosoles, na Sebra-Ovar ou em outras empresas do concelho de Ovar e dos concelhos limítrofes, como a Feira, intervindo política e institucionalmente na AR, ou de forma unitária, inseridos nas estruturas e organizações sindicais.

Agora, em plena pré-campanha eleitoral, não faltará quem faça o que antes era considerado como alarmismo e até especulação, de forma mais ou menos independente, muitos dos quais a população do distrito “brindou” com o seu voto a serem eleitos como deputados, e que ninguém cá viu a tomar posição, ou simplesmente a tomar uma simples atitude de solidariedade.

 

Infelizmente, as “lágrimas de crocodilo” não apagam a realidade que vivemos no concelho, que é o 2º do distrito de Aveiro com mais desemprego verificado, somando (como se pode verificar pelos dados divulgados pela União dos Sindicatos de Aveiro) os 3 780 desempregados no Mês de Maio, o que representa mais 75 que no Mês de Abril e mais 1 173 que no mês homólogo – Maio de 2008, o que representa um aumento de quase 45%.

 

» Chaga que adia o futuro de milhares de jovens

O problema não se resume apenas a estes 3 780 trabalhadores, que efectivamente constam dos ficheiros, pois temos que somar-lhes aqueles que foram já “tecnicamente” limpos dos ficheiros (11 575 só no distrito de Aveiro), bem como aqueles que estão em múltiplas acções de formação e que já não contam como desempregados, ou os que fazendo umas horas que sejam, são já considerados como trabalhadores empregados, ou os muitos que, entre as muitas formas de trabalho precárias, são já “patrões” – trabalhadores independentes, e que em muitos casos dificilmente terão uma carreira contributiva que lhes dê acesso ao desemprego, à baixa médica ou outras prestações familiares.

Esta chaga, que “assombra” milhares de famílias, e adia o futuro de milhares de jovens, só se combate com uma política de ruptura completa com as políticas de direita, seguidas pelos sucessivos governos nas últimas décadas, revitalizando, de facto, a economia, pondo travão à consequente deslocalização das empresas, falências fraudulentas, ao uso e abuso do “lay-off”, bem como outras formas de precarização e destruição do emprego, bem como com o aumento e valorização do poder de compra dos trabalhadores e das populações.

Em 27 de Setembro, é importante dar força a quem no dia-a-dia tem estado, incondicionalmente, ao lado dos trabalhadores, e em quem, decerto, não viabilizará políticas ou governo, que serão a continuidade, mais “light”, ou menos “light”, deste autêntico terrorismo social - o PCP e a CDU.

António Macedo
Cabeça de Lista da CDU à Câmara Municipal de Ovar