Sobre as notícias vindas a público, pela reabertura do Serviço de urgência Básico (SUB) no Hospital de Ovar, o PCP manifesta o seu apoio inequívoco a uma causa que sempre defendeu, e que subitamente obteve o apoio de outras forças políticas, salientando:
1. Desde a primeira hora que o PCP se manifestou contra o esvaziamento de valências do Hospital de Ovar, que se traduziu no encerramento da urgência pediátrica e, pouco tempo depois, pela urgência geral, levadas a cabo em 2007 pelo governo PS/Sócrates, então com maioria absoluta.
2. A valorização e defesa do Hospital de Ovar, no contexto de defesa do SNS e do direito constitucional à saúde para todos, tem sido algo que o PCP, ao contrário do PS e PSD, tem defendido coerentemente a nível local, regional e nacional. Uma coerência que se manteve ao longo do tempo, sem contradições de qualquer espécie e nunca ao sabor deste ou aquele governo ou de períodos pré ou pós-eleitorais.
3. O PCP valoriza e deixa claro que apoia, como sempre apoiou, toda a luta que se venha a desenvolver pela reposição dos serviços encerrados, nomeadamente as urgências, sempre em contacto com as populações, os utentes e os profissionais do SNS.
4. Neste contexto, não se pode deixar de recordar que foi precisamente o PCP o partido que se demarcou do protocolo assinado pela Câmara Municipal, então de executivo socialista, que a troco de algumas contrapartidas permitiu o encerramento definitivo das urgências do Hospital de Ovar, contra a vontade da esmagadora maioria da população e apesar desta nos meses anteriores se ter mobilizado em massa contra mais este encerramento.
5. Não pode, de igual forma, deixar de recordar que o PSD, ainda na última campanha eleitoral para as legislativas, afirmava preto no branco a sua intenção de privatizar mais hospitais para as Misericórdias, pouco tempo após a tentativa fracassada de transferência do Hospital de Ovar neste esquema, corroborando que a defesa do SNS nunca foi prioridade para este partido.
6. Do ponto de vista da necessidade das urgências para a população o PCP recorda o já afirmado há 9 anos atrás:
6.1. O próprio relatório técnico que sustentou os encerramentos reconhecia que Ovar tinha todas as condições para manter o seu serviço de urgência (casuística, população abrangida, equipamentos etc.) com excepção da proximidade ao Hospital da Feira, atendendo mais de uma centena de casos por dia;
6.2. O mesmo relatório reconhecia igualmente a necessidade de um serviço de urgência suplementar para áreas populacionais superiores a 200 000 habitantes, e considerava, numa das suas múltiplas contradições, que o Hospital da Feira servia, à data uma população imensa, de 330 000 habitantes, número que será neste momento superior;
6.3. O Hospital de Feira é manifestamente insuficiente para atender todos os casos urgentes de uma área enorme, criando tempos de espera que chegam a ultrapassar as 12h, que mais do que apenas incómodo, são passíveis de gerar situações potencialmente fatais para os utentes;
6.4. A distância e a falta de transportes regulares é mais um factor de dificuldade de acesso às urgências do Hospital da Feira, especialmente para a população mais idosa do concelho;
6.5. O Hospital de Ovar, que integra um serviço de medicina interna, dispõe do equipamento laboratorial e imagiológico necessário para o funcionamento de SUB que possa atender a maioria dos casos urgentes, enviando os casos urgentes mais diferenciados ao Hospital da Feira.
7. A defesa do SNS é uma luta colectiva. O PCP apela à mobilização dos utentes e profissionais, integrando todas as lutas no contexto da valorização dos serviços públicos de saúde: defendendo a reposição do serviço de urgência, defendendo investimento nas infraestruturas hospitalares e dos Centros de Saúde, combatendo políticas economicistas no financiamento dos serviços e combatendo a precarização dos profissionais de saúde, num momento em que grande parte dos profissionais do Hospital de Ovar se encontram em situação precária.
Mais informações:
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