Intervenção de Jerónimo de Sousa na Assembleia de República |
PCP confronta governo com Moção de Censura à política de desastre nacional |
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O que é novo não é a ofensiva contra os trabalhadores e as populações! O que é novo é a sua dimensão e profundidade em que salvo uma minoria de poderosos não há sectores, classes e camadas sociais que escapem à agressão dos seus direitos, das suas vidas. E falamos dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas, dos membros das forças de segurança, dos militares, dos micro e pequenos empresários, agricultores ou comerciantes. Falamos particularmente da juventude e das novas gerações! Pudessem eles estar aqui nesta tribuna e, decerto, se entenderia melhor as razões desta Moção de Censura. | Perguntas de Jerónimo de Sousa, Jorge Machado, João Oliveira, Bernardino Soares, Honório Novo e António Filipe, ao governo, durante o debate da Moção de Censura apresentada pelo PCP. |
Somos governados pela política de fascismo económico |
Uma política que rouba o presente e o futuro, não serve o povo nem o progresso do país. |
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Como caracterizar a política económica em curso? Não temos dúvidas em afirmá-lo: uma versão de «fascismo económico» conduzindo o País para o desastre total. Orçamento que foi recordado no ano de 1999, quando fez 70 anos, nas páginas do Diário de Notícias, os comentários económicos elogiosos de ex-ministros e economistas de governos PSD, PS e CDS. Escreviam então (e cito para os que gostam de anacronismos): «Salazar (…) é um ministro das Finanças moderno.» (Braga de Macedo). «eu não gostaria de sugerir que os meus amigos do FMI são salazaristas, mas fazem as contas da forma como Salazar refere (…) » (Miguel Beleza). «se dermos números às medidas (…) (de Salazar) acabamos por anunciar em termos teóricos, os critérios de Maastricht.» (Ernâni Lopes). «Salazar tinha "toda a razão quando afirmava que a consolidação (orçamental) era absolutamente indispensável para o País ganhar condições de progresso económico"» (Silva Lopes) |
Chegamos ao fim desta moção de censura com várias confirmações: este Governo não tem qualquer solução para os problemas do país, nem qualquer perspetiva de saída da crise; este Governo tem uma política contra o interesse nacional; este Governo é um mero gestor da decadência do país, ao serviço do poder económico e do grande capital. Mais ainda: este é um Governo derrotado perante o povo e perante o país. Já não há manobra de propaganda, não há reunião domingueira com jipe e sem gravata, que disfarce perante os portugueses o desastre em que este Governo e a sua política se traduz para o país. Há um ano atrás, no debate do programa do Governo, afirmámos: “A política deste Governo é estruturalmente a mesma que arrastou o país para a situação em que está e por isso não pode resolver os problemas nacionais. (…) É hoje já claro que a ser aplicado o programa aqui apresentado e o acordo com a troika, apoiado por PSD, CDS e PS, o resultado será um afundamento ainda maior do país.” |