Num momento em que está anunciado para esta terça-feira a assinatura do protocolo entre o Ministério da Saúde e a Câmara Municipal de Ovar sobre o Hospital de Ovar, a Comissão Coordenadora de Ovar da CDU vem, através desta nota, manifestar o seu total repúdio perante mais uma lamentável machadada nos serviços de saúde do concelho. A troco de alguns patacos, a triste e inapagável realidade é que se perdeu de uma assentada o serviço de urgência hospitalar, com atendimento 24 horas por dia, e um serviço de urgência pediátrica, que chegou a funcionar 24 horas por dia aquando do funcionamento da maternidade entretanto também encerrada.
Ou seja, paulatinamente, continuamos a assistir ao desmantelamento do Hospital de Ovar, pela mão de um governo socialista e com a total cumplicidade da Câmara Municipal, que pouco ou nada fez para impedir tal desfecho.
O anunciado protocolo apresentado pelo Ministério da Saúde, não deixando de ser um claro recuo para quem defendia o encerramento puro e simples do Serviço de Urgência e da Pediatria, representa ainda assim um retrocesso claro face aquilo que a população tinha em termos de cuidados de saúde e que continua a reivindicar de forma justa.
Refira-se, entretanto, que o documento propriamente dito continua no segredo dos deuses, apesar do compromisso assumido pelo Presidente da Câmara em divulgá-lo o mais amplamente possível. Continuam assim sem resposta a um conjunto de interrogações, tais como a capacidade de resposta da Pediatria (n.º de médicos, n.º de consultas dias e apoio na urgência), a situação da prometida Viatura Médica de Emergência e Reanimação (se fica de facto sediada em Ovar), os termos da possibilidade do alargamento de horário de atendimento de casos agudos em períodos específicos (Verão e Carnaval) etc.
Perante esta situação, a Comissão Coordenadora de Ovar da CDU demarca-se totalmente da assinatura deste protocolo que representa mais uma enorme brecha no Hospital de Ovar e mais um passo no propósito claro de o transformar numa mera unidade de retaguarda para cuidados continuados. Contrariamente aos muitos discursos, que iremos provavelmente ouvir, este protocolo, cuja existência decorre naturalmente dos muitos protestos da população vareira, não garante absolutamente nada para a população de Ovar a não ser a necessidade de continuar a luta em defesa do Serviço Nacional de Saúde público, universal e gratuito como única forma de assegurar o direito à saúde por parte de toda a população.