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Promovido pela Organização Concelhia de Ovar do PCP, decorreu no passado sábado um jantar de confraternização destinado a assinalar os 86 anos do Partido Comunista Português. Nesta iniciativa, que contou com cerca de uma centena de militantes e simpatizantes, intervieram Miguel Viegas, da Comissão Concelhia de Ovar do PCP e Vladimiro Vale, membro do Comité Central do PCP.

À hora da sobremesa, e com os estômagos já reconfortados, coube a Miguel Viegas iniciar o período das intervenções. Orgulho e confiança foram as palavras-chave escolhidas por este dirigente comunista para resumir o actual estado de alma da organização. Orgulho por pertencer a este grande Partido que perfaz este ano a bonita soma de 86 anos e que, passados todos estes anos, continua voltado para o futuro com o seu projecto revolucionário e libertador de construção de uma nova sociedade sem exploração. E confiança pela forma como o Partido, contra as expectativas daqueles que há décadas vêm condenando o PCP ao declínio, se encontra neste momento a crescer, com mais militantes e mais organização. Salientando o sólido contributo dado pela organização concelhia do Partido para o cumprimento da orientação geral do PCP determinada pelo Comité Central, Miguel Viegas destacou dois momentos importantes que irão marcar seguramente o próximo ano ao nível da organização local: as obras de renovação do Centro de Trabalho, que começam precisamente esta segunda-feira, e a apresentação em Ovar do primeiro tomo das Obras Completas de Álvaro Cunhal, marcada para o próximo mês de Abril.

 

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A Vladimiro Vale, exemplo concreto de uma audaciosa política de renovação de quadros do Partido, coube a intervenção de fundo, que começou com uma significativa saudação às mulheres e ao resultado do passado referendo. Passados 67 anos sobre a apresentação da tese de licenciatura de Álvaro Cunhal sobre o aborto clandestino, abriram-se finalmente as portas à erradicação deste autêntico flagelo social. Numa análise naturalmente resumida da situação política e social, o jovem dirigente comunista, sem iludir o quadro extremamente difícil no qual decorre a luta e intervenção do Partido e das forças progressistas e revolucionárias, salientou um conjunto de sinais de esperança que revelam que é possível em muitos casos romper contra esta ofensiva neoliberal, conservadora e até, em determinados aspectos, fascizante.

Para além da vitória do referendo do passado mês de Fevereiro, a grandiosa manifestação do passado dia 2 de Março representa outro exemplo concreto das amplas possibilidades de luta existentes neste momento no seio dos trabalhadores. Quanto ao PCP e ao balanço necessário de um ano designado como ano de reforço do Partido, os números estão aí e não mentem: 2376 novos militantes; 1400 novos quadros responsabilizados, 712 dos quais com menos de 35 anos; realização de 363 assembleias de organizações, o maior número de assembleias realizadas desde sempre num ano.

 

Finalmente, e numa mensagem de grande confiança no futuro, Vladimiro Vale exortou todos os presentes e continuar a luta, com os trabalhadores e as populações, procurando a melhoria das condições de vida mas tendo sempre no horizonte este objectivo mais amplo de transformação social que anima ainda hoje, a apesar de toda a ofensiva ideológica, milhões de seres humanos: a sociedade socialista, rumo ao comunismo.