No quadro da campanha nacional de contacto com os trabalhadores que o PCP tem vindo a realizar por todo o país sob o lema "Tempo de Lutar, Tempo de dar mais força ao PCP", Bruno Dias, deputado na Assembleia da República, acompanhado de diversos dirigentes regionais do Partido estiveram esta semana às portas da Yazaki.
Numa jornada dedicada às questões do desemprego, que passou igualmente pela Rodhe na Feira, a escolha foi óbvia tendo em conta a sangria de trabalhadores a que temos assistido na Yazaki, que chegou a ter mais de 5000 postos de trabalho. Ano após ano, e apesar dos milhões de euros de ajudas atribuídas a esta empresa, a Yazaki tem protagonizado vagas sucessivas de despedimentos perante a completa passividade do governo e da autarquia. Numa fase em que acabou precisamente de levar a cabo mais um despedimento colectivo de várias centenas de trabalhadores, a administração da Yazaki já fala em novos despedimentos, aproveitando a actual crise económica para acentuar ou mesmo concluir a deslocalização da produção para Marrocos e para o Leste Europeu.
Bruno Dias apelou à mobilização e participação dos trabalhadores, em defesa dos postos de trabalho, contra o encerramento da empresa, contra as arbitrariedades laborais, reafirmando a convicção de que é possível derrotar esta política, abrindo caminho para outra ao serviço de quem trabalha e dos interesses nacionais. Uma política assente no desenvolvimento económico, com aumentos dignos de salários e pensões e uma melhor repartição da riqueza, e com a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, condição essencial para a criação de postos de trabalho.
A crise actualmente em curso não é da responsabilidade dos trabalhadores. Decorre sim das contradições intrínsecas do sistema de produção capitalista que não é capaz de resolver os grandes problemas da humanidade, a começar pela fome que cresce cada dia no mundo - e também em Portugal. O governo PS, ao querer aprovar um código laboral profundamente nefasto para os trabalhadores mostra a sua verdadeira natureza de classe. Ao mesmo tempo que concede todas as benesses às grandes empresas e ao capital financeiro, volta a passar a factura aos trabalhadores que serão mais uma vez os mesmos de sempre a pagar a crise.