Na sequência do último plenário dos trabalhadores da Aerosoles, durante o qual foi decidido por unanimidade recusar qualquer acordo de rescisão dos contratos até que o governo tome uma posição relativamente a esta situação, o Grupo Parlamentar do PCP enviou mais um requerimento (ver aqui) dirigido ao governo, o segundo em menos de um mês.
Neste requerimento, é lembrado ao governo que o Estado através dos seus fundos de capital de risco, detém hoje a maioria do capital social da empresa. Nesta medida e tendo em consideração as declarações públicas de vários governantes que apontam a defesa dos postos de trabalho como objectivo fundamental da sua acção política, não se compreende que o governo, tão lesto em apoiar as grandes empresas do sector financeiro e da construção automóvel, não se debruce sobre esta empresa que é tão somente o maior exportador português de calçado.
Procurando dar ânimo aos trabalhadores em luta da Aerosoles, uma delegação do PCP esteve na última sexta-feira à porta da empresa, entregando um comunicado (ver anexo) que, para além de reproduzir na íntegra o requerimento do deputado comunista Jorge Machado, contém igualmente palavras de incentivo e reconhecimento por esta importante luta num momento em que a defesa do aparelho produtivo deveria representar uma prioridade de facto e não apenas no discurso do governo.
Como é público, a Aerosoles tem neste momento uma invejável carteira de encomendas. A qualidade dos produtos, reconhecida internacionalmente, não se perde de um momento para o outro. Os trabalhadores da Aerosoles não querem indemnizações - querem é trabalho. A defesa desta empresa constitui por isso, para o PCP, um imperativo nacional. O Partido Comunista Português, que tem estado desde a primeira hora nesta luta, continuará a tudo fazer para denunciar esta situação, apoiando os trabalhadores e obrigando o Governo a assumir as suas responsabilidades.
Pode consultar o requerimento aqui.