A Escola Primária dos Combatentes (cidade de Ovar), situada num antigo edifício que chegou a servir de quartel militar, foi sempre uma dor de cabeça para pais, alunos e funcionários. Problemas próprios de um edifício antigo e degradado, que foram sendo minorados através de intervenções pontuais, não totalmente satisfatórias mas capazes de ir resolvendo as questões de maior gravidade.
Entretanto, com o passar dos anos, os problemas foram aumentando, agravando-se ainda mais a partir do momento em que foi tomada a decisão de se construir o Centro Educativo dos Combatentes. Com efeito, tomada esta decisão, pararam completamente todas as intervenções mais ou menos pontuais que mantinham ainda a escola de pé, deixando a comunidade escolar à beira de um ataque de nervos. Como é do conhecimento público, só há dias é que o projecto foi a concurso - ou seja, ainda nem sequer está garantido o financiamento da obra. Isto quer dizer que a inauguração do novo centro educativo nunca irá demorar menos de 3 anos nas previsões mais optimistas.
Entretanto, como é visível nas fotos, as infiltrações atingem proporções inimagináveis. Os soalhos estão completamente degradados e escondem já lixos de todo o tipo. Os ratos são uma presença assídua. As casas de banho não têm sequer portas havendo já relatos de problemas urinários em alunos que se recusam a fazer as suas necessidades fisiológicas na escola. Paredes e tectos ameaçam ruir como de resto já aconteceu com pedaços de estuque. Enfim, uma calamidade, que foi nesta segunda feira denunciada por José Costa, eleito da CDU, na reunião da Assembleia Municipal, perante a presença de muitos pais que fizeram questão de marcar presença. Diante da gravidade da situação e fruto da mobilização dos pais, decorreu nesta mesma noite um encontro entre pais e vereadores no sentido de ser encontrada uma solução que permita às mais de duas centenas de crianças terem acesso a uma educação com qualidade, higiene e segurança. Uma solução que terá que começar a ser construída já sem mais demoras. A CDU continuará certamente a acompanhar esta situação e só lamenta que nada tenha sido feito até hoje para resolver esta situação, apesar dos sucessivos alertas da Associação de Pais.
Refira-se finalmente que a Câmara tem na sua posse um relatório da Inspecção Geral da Educação datado de dezembro de 2008 que apontava já para “problemas de salubridade e de segurança” na escola dos combatentes, que aparece adjectivada no mesmo relatório como “em avançado estado de degradação”.