Na sua já longa luta patriótica, os trabalhadores deram hoje mais um importante passo aos deslocarem-se em massa para a Praça da República, em frente aos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Ovar. Nas sentidas palavras de ordem gritadas a pleno pulmões pelas várias centenas de trabalhadores do grupo InvestVar que ali se deslocaram, entre os quais se destacam os trabalhadores da Glovar de Castelo de Paiva, parados há já um mês por alegada falta de encomendas, era bem visível a revolta de todos perante esta situação.
Como é possível não ficar revoltado perante a desigualdade de tratamento do governo, tão lesto em ajudar a banca e as grandes empresas a quem não faltam milhões, mas simultaneamente tão reticente em ajudar quem trabalha, dependendo exlusivamente da venda da sua força de trabalho para sobreviver? Para os bancos, para os barões da cortiça, ou ainda para os gigantes da indústria automóvel foram disponibilizados já largos milhões. Para esta importante empresa que chegou a representar 5% das exportações de calçado português, e onde ainda por cima o Estado Português é o accionista maioritário, é necessário reflectir e ponderar, possivelmente até que a empresa feche as portas para desgraça dos seus trabalhadores e suas famílias.
Mas mais uma vez o Governo está enganado. Graças à luta unida e organizada dos trabalhadores, o governo foi obrigado e manifestar publicamente o seu empenhamento na resolução deste problema. Por isso a luta irá continuar, sempre com o apoio do PCP. Depois de inúmeras intervenções nas instituições, e designadamente na Assembleia da República onde o deputado Jorge Machado entregou já um conjunto de requerimentos, vários dirigentes e eleitos comunistas marcaram presença na manifestação, entre os quais Carlos Gonçalves da Comissão Política do PCP e outros dirigentes nacionais e regionais.
Entretanto, também no Parlamento Europeu a questão foi levantada na forma de uma Pergunta Escrita da deputada Ilda Figueiredo, que estará já amanhã às portas da empresa para dar conta de mais esta iniciativa e aproveitar para reiterar o seu apoio a esta importante luta pela defesa do emprego e da produção nacional.