As diversas actividades da Piscina Municipal de Ovar (formação, hidroginástica, desporto adaptado etc.) são actualmente dirigidas por um conjunto de 15 professores devidamente habilitados. A maioria destes professores aí trabalham há largos anos, havendo inclusivamente alguns que aí desempenham a sua actividade desde a construção da piscina em 1996.

Entretanto, esta semana e sem dirigir uma única palavra nem aos professores, nem ao responsável da piscina, a Câmara Municipal de Ovar resolveu abrir um concurso para admissão de 8 novos professores em tempo integral para substituir os actuais 15 muitos dos quais a trabalhar a tempo parcial. No mesmo dia em que era aberto o concurso, os actuais professores de natação receberam o carta dos serviços sociais (a entidade que processa os vencimentos) a pedir num tom lacónico para antecipar a entrega do recibo de Junho dado que este será o último e derradeiro pagamento.

 

Perante a mais que justa indignação dos profissionais que há tantos anos asseguram o bom funcionamento das actividades da piscina, Miguel Viegas, eleito do PCP na Assembleia Municipal de Ovar dirigiu um requerimento à Câmara onde, sem questionar a legitimidade desta em reformular o funcionamento da piscina, não deixa de criticar a forma como o processo está a ser conduzido.

Para além da falta de respeito demonstrada pelos profissionais da piscina, Miguel Viegas coloca igualmente outras questões relevantes, designadamente sobre a natureza do concurso no qual a entrevista, como elemento altamente subjectivo, conta 60% na avaliação. Muito embora a natureza do concurso exclua a maioria dos actuais professores, existem ainda 5 que preenchem os requisitos, pelo que seria importante valorizar a experiência acumulada nas actuais piscinas. O facto dos mesmos estarem alguns há mais de 10 anos a recibo verde não pode de maneira nenhuma representar um entrave à continuidade do seu bom desempenho.

Uma outra questão prende-se com a dúvida sobre o número de professores a contratar. Na opinião de Miguel Viegas, e tendo em conta o elevado número de turmas a funcionar, para além das outras actividades que decorrem durante os oito dias semanais, 8 professores num horário de 35 horas semanais não deverão seguramente chegar para as actuais actividades. A pergunta que se impõe é se estão previstos cortes das actividades ou concentrações de turmas pondo assim em causa a qualidade e a segurança. Finalmente e tendo em conta que os actuais contratos cessam em Junho, Miguel Viegas pergunta como vão se levadas a cabo as habituais actividades de Julho (hidroginástica, cursos intensivos de aprendizagem etc.) uma vez que as entrevistas se irão prolongar por todo o Verão.

Pode consultar o requerimento aqui.