CarmelNum clima de crescente impunidade, fruto de anos de politicas de direita promovidos por sucessivos governos do PS, PSD com a ajuda circunstancial do CDS, os trabalhadores da Carmel são hoje credores dos salários de Julho (apenas relativo a parte dos trabalhadores), Agosto, Setembro e ainda do subsídio de férias.

Sendo esta um empresa aparentemente sólida, com um bom posicionamento no mercado, onde não faltam as encomendas, o facto é que, por motivos alheios aos trabalhadores, começaram os alegados apertos de tesouraria, atingindo em primeiro lugar o elo mais fraco da cadeia, neste caso os salários.

 

De acordo com os trabalhadores, de forma deliberada ou não, a verdade é que a empresa tem vindo a perder clientes e a não aceitar encomendas por falta de matéria-prima, comprometendo, assim, de dia para dia, o futuro da fábrica e dos postos de trabalho.

O caso mais flagrante vem da Yazaki, que comprava regularmente paletes, tendo já recorrido a outra empresa por falta de resposta da Carmel.

Não sendo possível continuar nestas condições, agravadas por uma política governamental cega de cortes nos apoios sociais e de aumento generalizado dos preços por via do IVA, os trabalhadores encaram a possibilidade de rescisão dos contratos por incumprimento da parte patronal.

Perante esta situação, Miguel Viegas, eleito do PCP na Assembleia Municipal, deslocou-se à empresa, onde teve oportunidade de transmitir a solidariedade do PCP, incentivando os trabalhadores a lutar pela continuidade dos postos de trabalho tendo em conta a convicção de que esta situação nada tem que ver com a actual crise económica.

Assim, em vez de, à boleia da crise, encerrar mais uma empresa, deixando o país e o concelho mais pobre, o PCP apela para que se resolvam os problemas específicos, mais ou menos identificados, que levaram a esta situação e que se retome a produção, procurando, assim, não desbaratar um importante activo consolidado ao longo de anos de árduo trabalho da maioria dos actuais cerca de 40 trabalhadores.

Entretanto, a unidade dos trabalhadores, em ligação com o seu sindicato, torna-se determinante, seja na luta pelo pagamento dos salários e pela continuidade dos postos de trabalho, seja pela defesa do património da empresa, único garante dos direito dos trabalhadores, a grande maioria com décadas de antiguidade.

 

 

Ovar, 6 de Outubro de 2010

 

A Comissão Concelhia de Ovar do PCP