No quadro de uma Jornada Nacional de contacto e esclarecimento com os trabalhadores e as populações, vários militantes do PCP estiveram no mercado de Ovar, numa acção de denúncia dos novos sacrifícios impostos pelo Governo - em conivência com o PSD - e de afirmação das propostas do PCP, vincando mais uma vez a necessidade de valorizar os salários, defender a produção nacional, reforçar os serviços públicos e de impor uma justa tributação da riqueza, designadamente junto da banca e dos outros grupos económicos (ver documento em anexo).
Esta Jornada realiza-se depois do anúncio feito pelo Governo do chamado PEC3 que, face ao esperado fracasso dos PEC 1 e 2, acaba por propor mais um passo na escalada brutal contra os direitos das populações e dos trabalhadores. Cortes nos salários e nas pensões, aumento dos preços, com o IVA a subir de 21 para 23%, cortes nas prestações sociais designadamente no abono de família, cortes no investimento público, cortes nas indemnizações compensatórias das empresas públicas, cortes nas deduções fiscais das despesas de educação e saúde.
Estas e outras medidas, ao mesmo tempo que deixam intocáveis os lucros dos grupos económicos, constituem um roubo aos trabalhadores, ao povo e ao país.
Mas este caminho, ao contrário do que defendem os partidos do capital e suas instituições, bem como a maioria dos comentadores pagos a peso de ouro pelas televisões, não é uma fatalidade. A situação do País exige uma ruptura com esta política, uma ruptura patriótica e de esquerda, assente na valorização do trabalho com aumento dos salários. Uma política que defenda a produção nacional, com mais e melhor investimento público. Uma política onde os sectores estratégicos do pais, designadamente a banca, a energia, as telecomunicações e os transportes retornem ao domínio público ficando assim, não ao serviço dos seus accionistas privados, mas antes ao serviço de Portugal e dos portugueses. Uma política fiscalmente mais justa, acabando com os privilégios dos grandes grupos económicos, com os “off-shores”, taxando devidamente as mais-valias e os lucros da banca.
Só a luta poderá travar esta ofensiva do Governo e do capital, e abrir caminho a um novo rumo na vida nacional. A greve geral convocada pela CGTP-IN para 24 de Novembro – no seguimento de outras importantes jornadas de luta – é uma resposta a esta declaração de guerra aos trabalhadores e assume-se como uma poderosa afirmação de protesto e, também, de exigência de uma outra política. Nesta medida, os comunistas de Ovar emprenhar-se-ão até ao limite das suas forças para contribuir para o êxito desta acção de luta, apelando desde já à mobilização de toda a população e de os todos os trabalhadores.
Ovar, 9 de Outubro de 2010
A Comissão Concelhia de Ovar do PCP