No quadro de uma campanha nacional do PCP para a defesa da Segurança Social pública, universal e solidária, iniciada na Festa do Avante e que se irá prolongar por todo o País nas próximas semanas, Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, esteve ontem no distrito de Aveiro num jornada encerrada com um grandioso comício na antiga Fábrica Campos, na capital do distrito.
Antes do referido comício, Jerónimo de Sousa teve oportunidade de se deslocar à Praia de Esmoriz para contactar com diversos membros daquela comunidade piscatória. O encontro decorreu à mesa de jantar onde foi servida uma monumental caldeirada de peixe oferecida pelos pescadores, fortemente apreciada pelo Secretário-Geral do PCP e seus acompanhantes.
Para além dos problemas ligados à pesca, seja a de arrasto, seja a arte xávega, que o PCP tão bem conhece e que se relacionam fundamentalmente com uma total ausência de políticas de aposta e dinamização do sector - que definha ano após ano - a questão da Segurança Social, tema dominante na agenda do PCP, não deixou de estar em cima da mesa. As medidas anunciadas pelo PS, aplaudidas pelo grande capital e que abrem caminho às propostas ainda mais radicais do PSD, confirmam amplamente a justeza da decisão do Partido de avançar com esta campanha nacional em defesa da segurança social que arrancou na Festa do Avante.
Na realidade, o que o PS propõe, segundo as palavras de Jerónimo de Sousa, é que sejam sempre os mesmos de sempre a pagar a factura. Se a Segurança Social está em crise, então corte-se nas pensões com a nova fórmula de cálculo, indexando o seu valor ao crescimento do PIB quando sabemos que este fica sempre abaixo da inflação ou ainda com o factor de sustentabilidade que ajusta a pensão à esperança média de vida como se viver mais fosse um crime.
Para o PCP este não é o caminho. Outras soluções existem e foram já propostas pelo seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República. E estas passam naturalmente pelo combate à fraude e evasão fiscal, pela diminuição dos recibos verdes ou pela separação do sistema contributivo financiado pelas contribuições dos trabalhadores do sistema não contributivo que deve ser financiado pelo Orçamento de Estado. Mas passam também por uma repartição mais justa dos custos da Segurança Social entre as empresas e os trabalhadores, numa fase da história em que a repartição do rendimento nacional pende cada vez mais para o capital e cada vez menos para o trabalho.
São estas e outras mensagens que o Partido procurará fazer chegar à população portuguesa, numa campanha que terá no próximo dia 12 de Outubro um momento alto numa mega manifestação nacional convocada pela CGTP em Lisboa, para a qual se espera que afluem milhares de trabalhadores de todo o país e onde os comunistas de Ovar não deixarão de dar o seu contributo.