Cortes de energia, telhados levantados e inundações são algumas das consequências mais visíveis do mau tempo no concelho de Ovar, no sábado, 19 de janeiro.
Particularmente sentidos foram os estragos em bairros sociais e na zona dos pescadores, na Praia de Esmoriz, com várias casas a ficaram com os telhados estragados – alguns somente de lona ou contraplacado, no caso da Praia – à mercê da intempérie.
Como o PCP presenciou no próprio dia, durante o qual se deslocou, da parte da manhã e da parte de tarde, a alguns dos locais mais afetados, são habitações humildes, de gente simples que, por isso, é ignorada pelos sucessivos governos PS e PSD/CDS-PP que, com a Câmara Municipal se recusam a construir o Bairro Social na Praia. Uma vez mais ficou evidente a urgência desta obra que, se já existisse, teria evitado os dramas que os moradores foram forçados a viver mais uma vez.
É chocante a insensibilidade do governo do PSD/CDS-PP e do Executivo municipal do PS, a que urge pôr termo.
Incompreensível é também a inundação da Passagem Inferior de Esmoriz, o que obrigou ao seu encerramento por largas horas, atrapalhando ainda mais a circulação do trânsito entre a parte poente e a nascente da cidade de Esmoriz.
Numa obra tão recente – inaugurada em 2010, na Av. da Praia, uma artéria estruturante da cidade – não se compreende esse contratempo.
Seja um erro de construção ou de falha na limpeza das valas escoadoras, é uma situação inadmissível que urge resolver.
Especial atenção merecem, igualmente, os prolongados cortes na energia, que afetaram toda a cidade e as freguesias vizinhas do concelho. É de crer que não se devam apenas ao temporal, mas também à qualidade insuficiente da infraestrutura elétrica e ao desinvestimento da EDP na prevenção e nos piquetes necessários para responder atempadamente às falhas.
O certo é que várias localidades mais a Norte, também atingidas pelo temporal, não ficaram sem energia.
O bem-estar da população, que paga a eletricidade a um preço caríssimo, não pode ser sacrificado aos lucros dos acionistas privados da EDP.
Na situação que se criou, o PCP entende, que as autoridades competentes – Governo e autarquias locais – devem tomar as medidas para atender às situações mais urgentes e providenciar o apoio necessário à recuperação dos estragos sofridos, em primeiro lugar às famílias mais carenciadas.
Finalmente, o PCP a todos apela, em particular aos moradores da Praia de Esmoriz, para que se organizem na exigência da satisfação das suas necessidades. A mera insatisfação de pouco vale; impõe-se a organização, mobilização e denúncia pública da situação de esquecimento a que a população da Praia tem sido votada. Por essa via será mais fácil serem escutados pelas autoridades que, acintosamente, os têm esquecido.