Apresentação dos candidatos e mandatário da CDU

Foi num clima de entusiasmo e confiança que decorreu, no passado sábado, a apresentação dos primeiros candidatos da CDU, bem como do seu mandatário de candidatura.

Assim, a CDU apresenta como primeiros candidatos aos órgãos municipais:


Câmara Municipal

Dinis Silveira

Dinis de Pinho Silveira, operário aposentado, 67 anos, casado, natural de Vale de Cambra. Residiu em vários pontos do concelho, residindo actualmente em Cortegaça.

  • Exerceu a sua actividade profissional na Rabor, no comércio tradicional  e na Aerosoles.
  • Foi membro da Comissão de Iniciativa de promoção da intervenção estatal na Rabor, em 1976, como forma de garantir a continuidade da empresa e dos seus postos de trabalho.
  • Foi eleito delegado e dirigente sindical do SIEC (Sindicato das Indústrias Eléctricas do Centro) na Rabor entre 1977 e 1981. Foi Membro do Secretariado Nacional da Federação das Indústrias Eléctricas 1977-1981. Pertenceu à Comissão de Trabalhadores da Rabor.
  • Destacou-se na luta pela defesa dos postos de trabalho e pela sobrevivência da Aerosoles (2008-2011).
  • No plano do associativismo desportivo e cultural, foi dirigente da Associação Recreativa e Cultural da Ponte Nova (1969-1972), foi membro da Comissão Instaladora da Habitovar (1976), foi dirigente do Clube Desportivo do Furadouro (1977-1982) e foi ainda dirigente do Clube Desportivo de Cortegaça (1983-1985)
  • É membro do PCP desde 1975, integrando os seus organismos concelhios, tendo tido uma participação destacada na conhecida célula da Rabor e pertencido ao seu secretariado. Actualmente, é membro da Comissão Concelhia de Ovar do PCP e do seu Executivo.


Assembleia Municipal

Miguel Jeri

Miguel Luciano Jeri Correia de Sá, médico, 26 anos, natural de Lima - Peru, residente em Ovar desde 1994.

  • Mestrado em Medicina pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
  • É actualmente Médico Interno do Ano Comum no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.
  • No plano associativo, foi Presidente da Mesa da Assembleia da Associação de Estudantes da Escola Secundária José Macedo Fragateiro no ano lectivo 2004/2005. Foi Membro da Direcção da Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar no ano lectivo 2007/2008.
    Foi também membro do Movimento Cívico e Estudantil do Porto, com participação activa na luta contra a demolição do Mercado do Bolhão em 2008. É sócio do CPPC - Conselho Português de Paz e Cooperação.
  • Foi canoísta na NADO – Náutica Desportiva Ovarense.
  • É membro da JCP desde 2003 e do PCP desde 2004. Pertence actualmente à Comissão Concelhia de Ovar do PCP e ao seu Executivo.


Mandatário de Candidatura

Celso Oliveira

Celso Moreira Oliveira, casado, natural de Rio Mau e residente em Ovar.

  • Licenciado em Filosofia, com especialização em Psicologia, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Mestre em Psicologia da Educação pela Universidade de Aveiro, e Doutorado em Psicologia Clínica e Psicobiologia pela Universidade de Santiago de Compostela.
  • Foi professor do Ensino Básico entre 1975 e 1980, professor do Ensino Secundário até 2011 e ainda professor do Ensino Superior no ISCIA (Aveiro), ESE do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, ISET e Universidade Lusíada do Porto.
  • Foi Psicólogo na Cercivar e na Cerciespinho, coordenador da Equipa de Educação Especial nos concelhos de Ovar, Estarreja, Murtosa, Espinho e Santa Maria da Feira e Psicólogo e Orientador Pedagógico para a Deficiência Mental e Motora no M.E.C (DGEB) – Região Norte e Região Centro.
  • Actualmente é Psicólogo e Psicopedagogo na Clínica Pediátrica Filhote.
  • Foi dirigente Sindical do Sindicato dos Professores do Norte.


Mandatário de candidatura, Prof. Celso Oliveira

A primeira intervenção ficou a cargo do mandatário de candidatura, Prof. Celso Oliveira, psicólogo, personalidade reconhecida pelo seu marcante percurso profissional e sindical. Valorizando o trabalho da CDU no concelho, realizado de forma contínua ao longo dos últimos 4 anos, o mandatário destacou também a CDU como uma força indispensável na luta e resistência contra uma política de direita empenhada em hipotecar o futuro do país em benefício do grande capital financeiro. Política que tem encontrado uma contestação generalizada, de que é exemplo a manifestação de cerca 80.000 professores, nesse mesmo dia, em Lisboa.

Seguiram-se as intervenções de Miguel Jeri, que fez um breve balanço do trabalho dos militantes, activistas e eleitos da CDU durante o último mandato, um trabalho constante, sistemático, de contacto directo com os moradores, com os trabalhadores, com os vários sectores, associações e organizações da sociedade e comprometendo-se - em nome de toda a lista à Assembleia - a continuar e melhorar o trabalho de contacto com os munícipes.


Por fim, Dinis Silveira focou as principais linhas programáticas, destacando desde já 4 linhas de intervenção prioritária: a defesa do hospital, defesa da água pública, defesa da costa e criação de uma rede municipal de transportes. Delineou, seguidamente, as linhas gerais do Programa da CDU, que será apresentado mais tarde após auscultação da população, dos seus problemas, reivindicações e propostas.

A CDU não esquece que as forças políticas que enfrenta, no plano local, são as mesmas que, a nível nacional, promovem o desemprego, as privatizações, a destruição do aparelho produtivo, a destruição dos serviços públicos que tanta falta fazem ao país e aos munícipes.

Cerca de cinquenta pessoas na apresentação das candidaturas da CDU

Os candidatos da CDU não estão na luta por quaisquer projectos ou ambições pessoais; todos os candidatos da CDU dão a cara por um projecto colectivo de melhoria das condições de vida da população, convictos de que sim, é possível, um poder local de esquerda também em Ovar!

Seguiu-se um convívio com comes e bebes onde activistas, amigos e simpatizantes puderam confraternizar e trocar ideias, manifestando um grande entusiasmo e convicção na campanha que se inicia.






Intervenção de Dinis Silveira

Dinis Silveira, primeiro candidato à Câmara Municipal pela CDU

Boa noite a todos

Queria começar por saudar todos os amigos e camaradas presentes, candidatos, apoiantes e activistas desta candidatura CDU aos órgão autárquicos do Concelho de Ovar e por vosso intermédio saudar toda a população laboriosa da nossa terra. Quero também agradecer a presença da comunicação social.

A todos muito obrigado.


Camaradas e amigos

Antes do mais permitam-me destacar quatro eixos fundamentais da nossa candidatura:

  1. A defesa do hospital de Ovar, na qual temos estado empenhados. Continuaremos a lutar para que o hospital do povo de Ovar se mantenha público e assegure cuidados de saúde de qualidade e em tempo útil aos seus utentes. E que garanta os postos de trabalho aos seus profissionais de saúde! Um hospital que teve um investimento de milhões de euros, saudável financeiramente, e com um serviço de excelência na esfera pública não pode ser entregue de mão-beijada a qualquer grupo privado de saúde. Neste aspecto, a CDU pode orgulhar-se de ao longo dos anos ter estado na vanguarda da luta pela defesa desta valência, quando sucessivos governos PS/PSD/CDS encerraram a maternidade, a pediatria e o serviço de urgência. Continuaremos a fazê-lo!
  2. Continuaremos a defender de forma intransigente a água pública. A água é um bem e um direito de todos, não pode ser um instrumento de acumulação e riqueza de empresas multinacionais. Defendemos a recuperação do controlo municipal da água, um direito fundamental do povo vareiro. A privatização da água não trouxe absolutamente nada de vantajoso para a população. Antes pelo contrário: encareceu notoriamente as tarifas do serviço. A Câmara foi cúmplice desde o início deste processo.
  3. Outra questão fundamental é a defesa da orla costeira. O concelho de Ovar é em todo o país, o mais atingido no grau de destruição da costa, que afecta gravemente as populações e a actividade económica, nomeadamente o turismo e as potencialidades piscatórias, que urge recuperar e desenvolver. Invernos há em que a praia do Furadouro quase desaparece. Os eleitos da CDU em Ovar tudo farão para que a defesa da costa não seja uma série de remendos provisórios, mas que se tomem medidas efectivas e duradouras para a defesa da nossa costa, de acordo com o conhecimento actual deste fenómeno.
  4. Por fim, a população de Ovar sofre diariamente com a ausência total de uma rede de transportes a que a Câmara ainda não quis dar resposta. De facto, em hoje em dia muitas autarquias do país prestam serviço de transporte urbano às suas populações, um serviço perfeitamente acessível às contas da autarquia, de valor incalculável na qualidade de vida dos munícipes. Comprometemo-nos, pois, a desenvolver uma rede pública de transportes municipais a preços acessíveis à população numa perspectiva de efectiva mobilidade sustentável.


Falar do programa da CDU para a intervenção autárquica em Ovar não é tarefa simples, pela amplitude dos problemas a que temos de responder, mas também porque esta é uma matéria que está ainda em discussão e elaboração, em que estamos a trabalhar empenhadamente e para a qual carecemos da opinião e proposta dos cidadãos do concelho.

Partindo do manancial de intervenção da CDU e das forças políticas que a integram, o PCP e o PEV, e da experiência adquirida em Ovar pelos nossos eleitos ao longo destes anos, devemos referir desde já algumas orientações da nossa candidatura.


  • Afirmação e defesa do poder local democrático como conquista de Abril e instrumento de participação das populações; defesa da autonomia das autarquias, no plano político e administrativo e do seu justo financiamento.
  • Melhoria do funcionamento da Câmara Municipal e do atendimento aos munícipes através da criação de um Gabinete de Apoio ao Munícipe; disponibilização pública atempada dos documentos discutidos nos orgãos municipais; valorização e respeito pelo estatuto de oposição; reconhecimento do papel da Assembleia Municipal e da sua autonomia.
  • Defesa da gestão de proximidade no respeito pelas freguesias, com descentralização de meios e competências; defesa dos trabalhadores da autarquia, do seu emprego, estabilidade, justa remuneração, formação e participação.
  • Valorização dos recursos do município, em detrimento dos serviços e fornecimentos externos; apostar no desenvolvimento economicamente sustentável procurando racionalizar recursos sem prejudicar os serviços prestados; hierarquizar e programar os investimentos.
  • Agir como verdadeiros representantes da população na defesa firme dos serviços públicos da responsabilidade central, como sejam os serviços de correios, de transporte ferroviário ou os serviços judiciais;
  • Qualificação da rede viária de forma constante e atempada e não apenas em vésperas de eleições; intervenções nos bairros degradados e apoio à habitação cooperativa; encontrar soluções para as habitações devolutas ou inacabadas.
  • Defesa da educação e ensino, valorização da escola pública, da rede escolar e da sua requalificação, apoio a iniciativas de enquadramento entre a escola e a terra;
  • Defesa da cultura e do desporto, valorização das infraestruturas públicas existentes, medidas de massificação e democratização do acesso no desporto e fruição cultural, através da sua gratuitidade rejeitando a prática actual de promoção da sua mercantilização cobrando preços altíssimos pelo aluguer dos equipamentos; melhoria da articulação com as colectividades e instituições sediadas no concelho.
  • Defesa do ambiente e dos patrimónios naturais e paisagísticos, preservação dos espaços verdes; valorização do património natural do município; optimização das potencialidades na área do turismo, nomeadamente as suas praias, a sua floresta e a Ria de Aveiro; fiscalização permanente a fim de evitar intervenções danosas, como aconteceu recentemente no Parque do Buçaquinho, em Cortegaça.
  • Medidas de ação social sem escamotear as responsabilidades reais do Estado e do Governo; intervir com outras entidades junto de todos os estratos sociais.
  • Preocupação com a proteção civil e a segurança pública, actualização do Plano municipal de emergência.
  • Fomentar a participação dos jovens na sociedade, apoio às artes e outras formas de expressão juvenis, criação de pelo menos uma Casa da Juventude com espaços e programas adequados aos interesses da juventude.
  • Prossecução dos interesses próprios das populações em respeito pela sua identidade cultural; regulação pública das atividades privadas e resposta pública às necessidades sociais; promoção do desenvolvimento equilibrado e sustentado; apoio à fixação de empresas e à actividade económica.


Amigos e camaradas

O nosso país e o nosso povo, também aqui no concelho de Ovar, estão sujeitos a um assalto avassalador da especulação financeira internacional, sob a batuta do chamado “memorando de assistência financeira”, a que justamente chamamos “Pacto de Agressão”, que foi imposto pela troika estrangeira e pelo PS, PSD e CDS-PP.

Este quadro empurra o país para uma situação de destruição da economia, de regressão social, de perda da soberania nacional, em que as pessoas, também aqui no concelho, se afundam numa situação cada vez mais difícil, de desemprego e pobreza crescente, mais explorados e abandonados, com os salários, reformas, pensões e direitos diminuídos, um quadro que rouba o futuro aos nossos jovens, obrigados a emigrar ou a um trabalho precário, mal pago e sem direitos.

As eleições para as autarquias são, no entender da CDU, não apenas um momento de discutir e intervir sobre a política local – e ela é muito importante – mas também de contribuir para a resolução dos problemas nacionais.

As outras forças políticas vão procurar ocultar a floresta atrás da árvore, ou seja, vão tentar esconder o desemprego e a desgraça do país, atrás da discussão sobre o coreto. Vão procurar lavar as mãos como Pilatos e esconder as suas responsabilidades na desgraça do país.

Nós na CDU e na nossa campanha eleitoral não vamos esconder coisa nenhuma. Não vamos esconder que há quem faça de conta que está contra o fecho do Hospital ou a liquidação de freguesias em Ovar, quando falam cá na terra, mas depois, no Governo ou na Assembleia da República, votam as políticas, os Orçamentos, os PECs e o Pacto de Agressão que trouxeram o país a esta situação e que põem em causa os direitos e a qualidade de vida dos vareiros.

Nós não nos esconderemos na campanha eleitoral nem fugiremos à verdade, responsabilizaremos as outras forças políticas pela situação a que chegámos. E diremos que quem tem dirigido o país são as mesmas forças – nomeadamente PS e PSD – que têm mais responsabilidades na situação a que chegou o concelho e os seus habitantes.


Por isso, estas eleições autárquicas são também uma oportunidade para que cada eleitor possa contribuir para a mudança da política nacional. Um bom resultado da CDU nas autarquias alargará ainda mais a torrente de luta contra a política de direita e o Pacto de Agressão, pela demissão do governo e por uma nova política patriótica e de esquerda para o nosso país.

E também em Ovar, a CDU é a força política que, pela sua coerência e apoio social, pela sua honestidade, trabalho e competência, está em condições de contribuir para unir os democratas e as populações e construir uma verdadeira alternativa de desenvolvimento e progresso social no concelho de Ovar.


Amigos e camaradas

Procuraremos corresponder à confiança que está depositada na candidatura da CDU em Ovar.

Porque é indispensável o reforço da CDU nos órgãos autárquicos para intervir empenhadamente, sem hesitações, para construir as propostas, as convergências, as políticas e a correlação de forças capaz de resolver os inúmeros problemas e dificuldades que estão colocados ao nosso povo na situação actual.

Porque os candidatos e activistas da CDU estão nesta batalha apenas com o objectivo, grande e nobre, de tornar melhor a vida ao povo do concelho.

Há quem não goste de ouvir isto, mas nós, na CDU, não estamos na política para fazer carreira; não somos nem seremos beneficiados pessoalmente por sermos eleitos nas autarquias, ou onde quer que seja. É compromisso de todos os eleitos da CDU que o que recebem seja utilizado para a intervenção e a luta da CDU e dos partidos que a compõem, para apoiar e organizar a luta dos trabalhadores e do povo.

As listas da CDU serão compostas por homens e mulheres despojados de ambições pessoais, empenhados em demonstrar à população de Ovar a firmeza das suas convicções e com muita mas muita vontade de resolver ou ajudar a resolver os problemas prementes do nosso concelho.


É absolutamente indispensável continuar o esforço de levantamento sério do actual momento socioeconómico, do desemprego, da situação das micro, pequenas e médias empresas, das repercussões no desenvolvimento económico e social do nosso concelho e dos problemas que estão colocados e que exigem soluções urgentes.

Na CDU não sabemos tudo, nem temos ilusões a esse respeito, todos os dias trabalhamos e procuramos aprender com as populações como fazer melhor, como intervir melhor. No nosso programa que em breve tornaremos público, desenvolveremos as razões e propostas para que os vareiros depositem a sua confiança na CDU.

Faremos uma campanha sóbria, não temos os meios financeiros colossais do PSD, CDS e PS – que pela cantiga da inevitável austeridade pregam que é preciso poupar, que vivemos acima das nossas possibilidades mas não contam moedas na altura de fazer campanha.

Faremos uma campanha dirigida aos trabalhadores e às populações. À juventude, às mulheres, aos reformados, porta a porta, olhos nos olhos, com a força das nossas convicções e a determinação da nossa confiança.

Confiamos nos trabalhadores e no povo, confiamos em que vamos reforçar a nossa votação e os nossos eleitos e estamos aqui firmes e confiantes, determinados para todos os combates do futuro.

Viva o povo trabalhador e as populações de Ovar!

Viva a CDU!






Intervenção de Miguel Jeri

Miguel Jeri, primeiro candidato à Assembleia Municipal pela CDU

Camaradas e amigos da CDU,


A Coligação Democrática Unitária faz jus ao seu nome. É unitária, pois integra comunistas, ecologistas e todos os independentes que se revêm na alternativa de esquerda de que é portadora. É democrática, pois é constituída pelo povo e para ele governa, nas autarquias onde está representada ou onde tem o poder.

Ao contrário das ouras forças políticas, a CDU dignifica a vida política nacional e local pela sua intervenção constante, atempada e responsável durante os 4 anos entre os actos eleitorais, e não apenas em vésperas de eleições, e é isso mesmo lhe granjeia o respeito que tem entre a população.


Ovar não é excepção. Permitam-me, por respeito ao trabalho desinteressado de dezenas de militantes, activistas e eleitos, que dão forma à intervenção da CDU, que faça um breve balanço da nossa actividade nos últimos 4 anos - e podem acreditar que, face ao trabalho efectivamente realizado, estarei a ser breve.

Sendo a defesa dos serviços públicos uma das linhas centrais da nossa actuação, que nos distinguem claramente de outras forças políticas como o PS/PSD/CDS, importa destacar que uma das grandes batalhas começou logo após as últimas eleições. O negócio da água, defendido pelo executivo PS em articulação com um processo mais vasto de privatização do sector desencadeado pelo então governo PS, abriu portas à privatização da água, mercantilizando este bem essencial à vida.

Numa enorme campanha de esclarecimento, que incluiu um abaixo-assinado, sessões públicas de esclarecimento, centenas de materiais e mesmo um debate público, a CDU tentou, por todos os meios, impedir a adesão à AdRA – que infelizmente se veio a concretizar com os consequentes aumentos de tarifas que todos vemos, no final do mês, chegar a casa.

Seja pelo serviço público de correios (cujos postos foram encerrados – é bom não esquecer – tanto por governos PS como PSD/CDS), seja pelas SCUT livres de portagens, o certo é que a CDU se pautou por defender coerentemente os serviços e infrasestruturas no concelho que lhe dão dinamismo. Hoje, as portagens, a subida dos preços dos transportes, bem como a redução da sua oferta têm efeitos muito reais no estagnamento demográfico e económico do concelho, promovendo o êxodo para os centros urbanos mais próximos, como sejam Aveiro ou o Porto. Não queremos um concelho dormitório: queremos um concelho jovem, dinâmico, produtivo, com infraestruturas que sirvam e facilitem a fixação da população.


Também na saúde, a CDU não tem quaisquer dúvidas: é imperativa a sua defesa firme e intransigente, num contexto histórico em que sucessivos governos, ora PS, ora PSD optam por uma sistemática violação dos direitos constitucionais, mesmo os mais elementares, nomeadamente no que ao Serviço Nacional de Saúde diz respeito. A política neoliberal contra o povo português tem como objectivo debilitar o SNS para depois o privatizar. É exactamente isto que podemos observar no Hospital de Ovar. Primeiro, encerraram a Maternidade, depois a Pediatria; logo a seguir a Urgência. Ameaçaram depois com o encerramento de sete serviços (anestesiologia, cardiologia, radiologia, urologia, cirurgia geral, medicina interna e ortopedia) e, agora, estão avançar com um processo de devolução à Misericórdia. E assim continuará este ajuste de contas com o 25 de Abril, se não lhe pusermos fim.

Quanto a isto, reafirmamos que a saúde é um direito elementar de todo o ser humano, não um bem mercantilizável para encher os bolsos ao capital. Afirmamos e assumimos aqui o nosso compromisso: lutaremos e daremos apoio a todas as lutas que visem a defesa do nosso hospital, os seus serviços e os seus postos de trabalho.


Também não é novidade o processo em curso para a extinção de freguesias, baseado em critérios economicistas, longe do difícil quotidiano das populações que os serviços prestados pelas Juntas vinham amenizar, ignorando as especificidades e a identidade das freguesias, promovendo uma miserável campanha de ataque aos autarcas e fazendo orelhas moucas à vontade popular. A pretensão do governo é clara: a de uma vez mais poupar uns trocos à custa de uma democracia que lhes sai tão cara, e ao mesmo tempo afastar cada vez mais pessoas da participação no Poder Local, debilitando-o. Em Ovar, foram extintas 4 freguesias – Ovar, S. João, Arada e S. Vicente Pereira Jusã, apesar de contar com a rejeição da população e da frontal oposição da CDU que apelou à adesão a todas as formas de luta possíveis: das lutas de massas, fulcrais, à institucional.


Mas o nosso trabalho não se ficou apenas pelas grandes causas. Reunimos com várias organizações e associações do concelho, como os trabalhadores dos Serviços Sociais e Culturais da Câmara, os trabalhadores do Hospital, com o Museu de Ovar, com o Centro Comunitário de Esmoriz. Estivemos com os comerciantes e com as PME’s, vítimas da concorrência agressiva das grandes superfícies. Estivemos com os pescadores, identificando os seus problemas como sejam a habitação social eternamente adiada e os crónicos entraves, colocados pelas autoridades, à arte xávega. Identificando os problemas específicos de cada sector, delineámos linhas de intervenção e propusemos soluções nos órgãos onde estamos representados: Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia de Ovar.


Força do povo e para o povo, importa à CDU a resolução dos grandes e dos pequenos problemas do dia-a-dia. Nestes 4 anos, entre activistas e eleitos, visitámos os bairros, falámos com os moradores, quisemos saber das suas preocupações.

Assim, estivemos ao lado da população pela requalificação do Bairro do Casal, pela manutenção dos espaços Verdes da Habitovar. Exigimos solução aos danos provocados pelas intempéries em Esmoriz, e estivemos com os agricultores da Marinha no momento das inundações. Alertámos para a problemática das casas devolutas e dos prédios inacabados que destroem o património paisagístico da cidade, problema ao qual urge encontrar uma solução. A pedido dos moradores, identificámos problemas na rede viária em numerosíssimos pontos do concelho, a qual é maioritariamente requalificada apenas em vésperas de eleições. O mesmo se passa com a conclusão da rede de ciclovias, ainda em fase de “engonhanço”, e algo nos diz que apenas estará pronta... em vésperas de eleições. E assim, por mero tacticismo eleitoral, se privam as populações de interessantes infraestruturas.

Denunciámos deficiências graves na rede de saneamento nalgumas freguesias, como Válega – problemas que a Câmara insiste em não dar resposta, servindo como eterna e reutilizável promessa eleitoral. Ao mesmo tempo, apresentámos propostas, como a aplicação de taxas reduzidas de ligação ao saneamento por um período limitado, que poderiam beneficar autarquia e população.

Comprometemo-nos a colocar todas estas questões na Assembleia Municipal – e fizémo-lo efectivamente, contextualizando-as e propondo soluções.


Assim age a CDU na vida política: com um único discurso perante as populações e as instituições; valorizando a coerência e a palavra dada; agindo como verdadeiros representantes do povo.

E assim pretende continuar a agir. Para o fazer, cada vez mais e melhor, são precisos cada vez mais votos e mais autarcas da CDU. Não queremos votos para nos olharmos ao espelho, embevecidos com números. Não! Cada voto na CDU é importante pois é com mais força eleitoral e mais eleitos que poderá responder melhor ao problemas da população. O voto na CDU não é, nem nunca foi, um voto perdido, mas um voto de confiança numa vida melhor.

Daqui comprometo-me, em nome de toda a lista à Assembleia, que os eleitos da CDU darão seguimento ao excelente trabalho dos anteriores deputados municipais, com contactos cada vez mais regulares com a população, de acordo com as suas forças. É para isto, apenas por isto, e não por quaisquer ambições pessoais, que todos nos candidatamos.

E é com a segurança deste património de trabalho que iniciamos uma campanha na qual trabalharemos cada vez com maior intensidade, dinamismo e convicção de que sim, é possível um poder local de esquerda. De que sim, é possível termos mais autarcas de esquerda em Ovar. Redobraremos as forças e apelamos a todos os democratas que se revejam no programa e ideiais da CDU que se juntem ao projecto, dêm o vosso contributo nos debates, participem activamente na campanha, sejam parte integrante dela.


E não esqueçamos que todo e qualquer avanço da CDU no poder local, além de potenciar a defesa dos interesses dos munícipes, será também mais um passo na criação de condições para a luta nacional pela ruptura com a política de direita, na rejeição do pacto de agressão, na luta por um Portugal soberano, com justiça social e harmoniosamente desenvolvido.

Viva o Poder Local Democrático.

Viva a CDU.

Miguel Luciano Jeri Correia de Sá, médico, 26 anos, natural de Lima - Peru, residente em Ovar desde 1994.

Mestrado em Medicina pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

É actualmente Médico Interno do Ano Comum no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.

No plano associativo, foi Presidente da Mesa da Assembleia da Associação de Estudantes da Escola Secundária José Macedo Fragateiro no ano lectivo 2004/2005. Foi Membro da Direcção da Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar no ano lectivo 2007/2008.

Foi também membro do Movimento Cívico e Estudantil do Porto, com participação activa na luta contra a demolição do Mercado do Bolhão em 2008. É sócio do CPPC - Conselho Português de Paz e Cooperação.

Foi canoísta na NADO – Náutica Desportiva Ovarense.

É membro da JCP desde 2003 e do PCP desde 2004. Pertence actualmente à Comissão Concelhia de Ovar do PCP e ao seu Executivo.