A Comissão Concelhia de Ovar do PCP saúda os trabalhadores de Ovar que, resistindo a todas as pressões, aderiram à Greve Geral, juntando-se aos milhares e milhares de trabalhadores que em todo o país perderam um dia de salário para encetar uma das formas de luta mais difíceis mas também mais temidas pelos executores da política de direita. Uma decisão digna, altruísta e acima de tudo corajosa, uma demonstração de que a classe trabalhadora tem poder para travar o rumo de desastre do país, uma acção que os comunistas fazem questão de saudar.
Trata-se de uma adesão que deve ser lida no contexto não só de apelos à resignação numa comunicação social cada vez mais submetida ao pensamento único, mas também de graves e crescentes condicionamentos no exercício desse direito, tendo sido registadas (uma vez mais) ameaças de despedimento ou de não renovação de contratos, veladas ou não, entre outras pressões de vários tipos.
No concelho, a greve teve adesão significativa no Hospital de Ovar (50% de adesão), nas Piscinas Municipais (encerradas), na Biblioteca Municipal (100% - encerrada), nos Estaleiros da Câmara (85%), na SIKA (50%), na Provimi (100% primeiro turno, 50% no segundo), nas escolas e em muitos outros locais de trabalho com adesões variáveis.
Uma Greve Geral que o Comité Central do PCP avaliou como um abalo irreparável no Governo.
O acerto desta avaliação revelou-se nos dias que se seguiram: a instabilidade que abalou o governo, a demissão do Ministro das Finanças e Ministro de Estado Vítor Gaspar, a controversa nomeação para de Maria Luís Albuquerque (envolvida no escândalo dos SWAP's) para Ministra das Finanças, a demissão "irrevogável" de Paulo Portas, o anúncio da demissão de outros ministros do CDS, o recuo oportunista deste partido e todo o espectáculo rocambolesco e degradante a que se assiste e que ainda não terminou.
Independentemente do desfecho a curto prazo, o governo e as políticas que executa saem feridos de morte após os acontecimentos dos últimos dias.
A queda do governo e a convocação de eleições antecipadas é condição indispensável para a construção de outra política ao serviço do povo e do país, num Portugal democrático, próspero e solidário. É neste sentido que os comunistas em Ovar apelam à continuação da adesão dos trabalhadores e população de Ovar a todas as formas de luta que penalizem severamente os partidos PSD/CDS que, obedecendo aos ditames e interesses da troika e do grande capital, lhes destrói o emprego, os salários, as pensões, os direitos sociais, o direito a um futuro e a uma existência digna.