Por ocasião dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) o PCP iniciou esta semana, por todo o país, a campanha «Defender o SNS, garantir o acesso aos cuidados de saúde». Em Ovar a campanha teve expressão numa acção de contactos, esta segunda-feira, à porta do Centro de Saúde e do Hospital de Ovar. Na acção, que contou com a presença de Miguel Jeri, médico e eleito local do PCP, foram contactados dezenas de utentes e profissionais de saúde que manifestaram a sua preocupação com o rumo dos cuidados públicos de saúde em Portugal.
O documento distribuído assinala o SNS como uma conquista de Abril, e a sua defesa como um imperativo nacional, assinalando que fruto do SNS, dos seus profissionais e da sua identificação com os interesses do povo, se registou uma extraordinária melhoria das condições de saúde da população: diminuição marcada da mortalidade infantil, diminuição da mortalidade associada a doenças infecto-contagiosas, melhoria da esperança média de vida, entre muitos outros indicadores.
São gritantes as consequências da política de direita na saúde, prosseguida ao longo de décadas por PS, PSD e CDS, e agravadas com a aplicação do Pacto de Agressão pelo governo PSD/CDS. Procede-se a uma ofensiva privatizadora numa dimensão nunca vista que afecta gravemente o direito à saúde. São as consequências directas da estratégia do grande capital (e dos governos ao seu serviço), não de privilegiar a saúde, mas olhar a doença como uma grande oportunidade de negócio.
Entre estas consequências referem-se a insuficiência do número de profissionais de saúde a todos os níveis; o encerramento de serviços de proximidade; o corte nos apoios ao transporte de doentes; os elevados tempos de espera para cirurgias e consultas; as dificuldades generalizadas das famílias em aceder aos cuidados do saúde devido aos custos associados.
A Portaria 82/2014 de 10 de Abril, que categoriza os vários estabelecimentos do SNS, visa a desclassificação de hospitais e o encerramento/concentração de valências. Este documento é um dos maiores ataques à prestação de cuidados públicos de saúde e, no caso particular de Ovar, cria sérias dúvidas relativamente ao futuro do nosso hospital uma vez que este, face às suas dimensões, dificilmente terá lugar no novo enquadramento legal.
Num clima de contestação generalizada ao governo, por parte de utentes e profissionais de saúde e da qual se destaca a greve dos médicos dos próximos dias 8 e 9 de Julho, o PCP apela à intensificação da luta do povo português pelo seu direito fundamental à saúde.
Folheto distribuído
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