Intervenção de Manuel Duarte, eleito do PCP, na Assembleia de Freguesia de Ovar

 

Hoje trago três casos que têm marcado a nossa vida colectiva.

O primeiro, porque é positivo, ajuda a libertar as mentes de tão pressionadas pelas notícias da crise.

Refiro-me às actividades culturais desenvolvidas pelas nossas colectividades, em especial as bandas de música e o Orfeão. Nestas colectividades emManuel Duarte que a participação militante e responsável dos seus sócios permitiu criar magníficos espectáculos com que brindaram os ovarenses que acorreram a eles para fruírem de momentos inesquecíveis.

A Banda Ovarense - em Maio com os Pueri Cantores, na Praça das Galinhas e no Centro de Arte, com o concerto de três bandas ou, ainda, no Furadouro, com o 1.º Encontro de bandas filarmónicas – tem marcado dignamente os 200 anos que está a comemorar.

O Orfeão de Ovar brindou-nos, em Junho, com o magnífico espetáculo com a Orquesta Clássica do Centro e cinco grupos corais e em Julho, como IV encontro internacional de coros.

E se trago estes acontecimentos para a política é porque se reconhece que, quando os investimentos são bem orientados, os resultados aparecem e devem ser valorizados.

O acesso à cultura e à fruição dos espetáculos liberta as existências impelindo-as a crescer e expandir-se.

Que nenhuma crise venha perturbar este crescimento cultural e que os Poderes Locais continuem a poder apoiar, como é seu dever.

E porque estamos no Furadouro não podemos deixar de falar dos seus problemas.

Como é sabido, o inverno passado foi tenebroso. Nas obras de emergência esgotaram-se as verbas do Plano de Acção para o Litoral. Vem aí outro inverno e a situação pode vir a agravar-se. Há soluções de fundo, há muito reclamadas, que tardam a ser concretizadas. A duna artificial, construída no parque de estacionamento a sul, ajuda a resolver o avanço nesse lado, mas a norte o mar continua a arrastar as areias e a destruir as defesas, deixando o Parque de Campismo ameaçado.

Para nosso maior descontentamento, a Organização do Parque Expo, que gere o Polis da Ria de Aveiro, está ameaçado de extinção, pondo mais incertezas e adiando as obras da Orla Costeira entre Ovar e Mira. É o velho problema de entregar aos outros a gestão dos nossos interesses.

Importa ainda saber em que ponto se encontra a revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Ovar – Marinha Grande que, segundo informações, está a ser estudado por técnicos da Universidade de Aveiro.

O terceiro ponto é referente a esta mesma escola.

O edifício está velho, mesmo depois das obras de cosmética que recebeu. A EB1 do Furadouro foi classificada para funcionar como Centro Escolar e aprovado um orçamento de 850 mil euros para beneficiação/remodelação. As obras deveriam ter início em 2007 e fim em 2009. O que se fez agora de obras e a estória da construção do coberto dá vontade de rir, com o constói/destrói do coberto das traseiras a atestar a ineficiência do planeamento.

No fim derraparam as contas, aumentaram os custos e tudo ficou adiado.

Valha-nos o Senhor da Piedade! Que tenha piedade dos contribuintes, já que lhes fizemos uma ‘festa tão bonita.’

 

Escola EB1 do Furadouro, 21 de Setembro de 2011

Manuel Duarte, deputado do PCP.