Saudações dos comunistas de Aveiro A actual crise económico, consequência directa de décadas de politicas de direita, atinge hoje profundamente a região de Aveiro com uma expressão bem vincada em encerramento de empresas (Rodhe, Aerosoles, Oliva para citar apenas as mais importantes), em despedimentos em massa que engrossam os números recorde do desemprego, no mar de precariedade, nos salários em atraso ou nos sectores agrícolas ou piscatórios, entalados entre a alta dos custos dos factores de produção e o esmagamentos dos preços pagos à produção pela grande distribuição.

Isto apesar dos milhões de euros distribuídos pelo governo aos grandes grupos económicos nomeadamente aqueles ligados à cortiça e ao sector automóvel. Registe-se igualmente o uso descarado de fundos da segurança social através do lay-off, como foi o caso entre muitos outros da Yazaki Saltano. Esta, apesar de todos os apoios, não deixou de despedir centenas de trabalhadores, muitos dos quais estão neste momento novamente na empresa, mas a trabalhar por conta de empresas de trabalho temporário.

É a completa desvergonha. Ao mesmo tempo que o governo PS continua no seu apoio servil ao grande capital, prossegue a meticulosa destruição de serviços públicos na generalidade dos sectores. Na educação através dos mega-agrupamentos e do encerramento de escolas gerando situações dramáticas em concelhos do interior e em zonas de montanha. Na saúde com encerramento de Saps, serviços de urgência e centros de saúde. Nos serviços de água e saneamento. Na justiça e nos serviços desconcentrados da administração públicas (Finanças, Autoridade para as Condições de trabalho etc.). Nada escapa a esta senha persecutória contra o Estado, fragilizando as populações, deixando-a muitas vezes sem qualquer alternativa senão submeter-se à voracidade de empresas privadas que vão ocupando o espaço vazio criado pela demissão forçada do Estado Social.

Perante isto camaradas, com as nossas forças, temos procurado lutar com as populações, procurando resistir a esta ofensiva, o que não tem sido fácil. Temos estado nas luta contra as portagens da A29, A25 e A17, contra o encerramento de serviços de saúde em Vale de Cambra, S. João da Madeira ou Oliveira de Azeméis, contra a privatização da água em Ovar ou na Feira onde os aumentos de tarifas bradam aos céus.

Camaradas, infelizmente, o actual quadro ideológico não tem permitido que muitas destas lutas sejam bem sucedidas nos seus objectivos. Mas nós, comunistas, sabemos que é na luta por causas mais específicas e imediatas que se ganham consciências para a necessidade de mudanças politicas mais profundas e de maior alcance.

A luta das populações em defesa dos serviços públicos deve por isso assumir um papel central nesta campanha, num momento em que se adivinham mais encerramentos e mais privatizações de empresas de serviços públicos.

Camaradas, o quadro é exigente, mas também cheio de potencialidades. Temos hoje que associar a luta à campanha e ao voto. O povo, aquele que luta connosco, há de compreender mais cedo que tarde, que a defesa dos serviços públicos está estreitamente ligada ao reforço da CDU nas próximas eleições. Tenhamos nós a força e a capacidade de acompanhar as muitas lutas que aí vêm.

Viva o PCP!

Viva a CDU!

Miguel Viegas

Direcção Regional de Aveiro do PCP