A CDU participou em diversas iniciativas alusivas às comemorações do 37º aniversário da revolução de Abril, data maior da nossa história contemporânea.
Em Ovar, Miguel Viegas, 1º candidato da CDU por Aveiro, acompanhou a manhã infantil organizada pelo movimento sindical unitário, que contou com a alegria contagiante de largas dezenas de crianças, dirigindo-se depois, a Espinho, onde, na companhia de Fausto Neves, também candidato da CDU por Aveiro, se associou às iniciativas organizadas pela organização local do PCP, designadamente na deposição de cravos no monumento ao 25 de Abril, situado na rua 32 e no almoço que se seguiu, que reuniu cerca de uma centena de participantes.
Neste encontro, as primeiras intervenções estiveram a cargo do conhecido director do Cinanima, António Gaio, resistente antifascista e apoiante de sempre do PCP e da CDU e de António Russo, dirigente histórico do PCP local. Ambos recordaram os muitos e valorosos combatentes que se destacaram, quer antes quer, depois do 25 de Abril, na luta pela democracia e pela justiça social, exemplos que ficam e que nos dão força para o presente e para o futuro.
Na sua intervenção, Miguel Viegas, destacou que assinalar hoje o 25 de Abril é recordar e homenagear os militar que protagonizaram o levantamento militar. É recordar também o povo português que, levantando-se em massa o transformou o golpe militar numa Revolução. Uma revolução que o foi essencialmente porque teve força para derrubar o poder económico nas mãos dos grupos monopolistas, permitindo assim a realização de todas as conquistas sociais, que importa sempre recordar: a reforma agrária, nos campos do Alentejo e Ribatejo, entregando a terra a quem a trabalha, o Poder Local democrático, direitos para os trabalhadores e para as populações, um conceito de liberdade em toda a sua plenitude. Uma Revolução inacabada, é certo, mas uma Revolução que alterou e melhorou profundamente as condições de vida do povo, pôs fim à Guerra Colonial, valorizou o papel do trabalho e dos trabalhadores, reconheceu liberdades, direitos e garantias ao povo português. Uma revolução que foi também uma afirmação de dignidade e soberania nacional.
Por isso, comemorar Abril assume hoje pleno significado, num tempo em que o poder económico volta a dominar o poder politico. Portugal, trinta e sete anos depois do 25 de Abril, com décadas de políticas erradas que empobreceram o país comprometendo a sua soberania e independência, vive sob o garrote de uma dívida externa inquietante e de uma especulação financeira, que diariamente rouba os recursos nacionais. Traindo os valores e ideais de Abril, o país está confrontado com uma intervenção externa por via da União Europeia e do FMI, em resultado de uma decisão ilegítima tomada no quadro das cedências do governo PS ao grande capital - com o apoio de PSD, CDS e do Presidente da República. Cedências que o povo português não pode aceitar.
Num momento em que a pressão e a chantagem sobre o povo português assumem proporções gigantescas, quando uma poderosa ofensiva ideológica procura impor a aceitação de mais sacrifícios e a continuação do rumo de desastre, é preciso dizer Basta! A realização das próximas eleições legislativas emerge, assim, como uma oportunidade para que o povo português, faça ouvir a sua voz. É completamente falsa, mas não inocente, porque serve os interesses dos mesmos de sempre, a tese de que não há alternativas. A alternativa existe e passa pela ruptura e pela mudança na vida política nacional, abrindo caminho a uma política patriótica e de esquerda, que responda aos problemas do desemprego, da precariedade, das injustiças, da pobreza, da dependência externa e da corrupção. Uma política de promoção e reforço do aparelho produtivo e da produção nacional, que combata a especulação financeira e recupere para as mãos do Estado empresas e sectores estratégicos nacionais.
Aveiro, 25 de Abril de 2011