Após décadas de intenções e promessas, particularmente em períodos eleitorais, sobre a requalificação da Lagoa de Paramos/ Barrinha de Esmoriz, foram mais uma vez anunciadas, desta feita pelo actual ministro do Ambiente, as obras de preservação e valorização deste importantíssimo ecossistema.
Segundo as declarações do referido governante, a obra tem um custo de 3,3 milhões de euros, financiado em 85% pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) e os restantes 15% por capital social da Polis Litoral Ria Aveiro. A conclusão das obras está prevista para 13 de Junho de 2017.
Entretanto, não deixa de ser caricato observar o aproveitamento público, que particularmente, os presidentes das Câmaras de Espinho e Ovar estão a fazer deste processo, depois de décadas de recriminações públicas entre estes dois executivos municipais, e de PS, PSD e CDS terem inviabilizado, em diversas ocasiões as propostas apresentadas pelo PCP, em sede do PIDAC, (Programa de Investimentos e Despesas da Administração Central), com vista à intervenção na Lagoa de Paramos/Barrinha de Esmoriz.
O PCP tem um reconhecido património de décadas de intervenção e de luta em defesa deste importante ecossistema, e nunca desistiu quer junto das populações, nas instâncias autárquicas e na Assembleia da República, de o transformar num Parque Ambiental com pólos científicos, circuitos de observação e alojamento para visitantes, uma rede de ciclovias e percursos pedestres. Ainda em Janeiro deste ano, a deputada comunista Diana Ferreira esteve mais uma vez no local, chamando a atenção para a situação.
Por isso, a concretizar-se o anúncio do ministro do Ambiente, o PCP saúda o início das obras e assume-se como seu legítimo precursor. Não obstante, continuaremos atentos e vigilantes e prontos a intervir, caso as obras não correspondam aos objectivos fundamentais de preservação e valorização deste ecossistema.
O Executivo da DORAV do PCP
Aveiro, 4 de Outubro de 2016