Coligação Democrática Unitária1.  O Executivo da DORAV do PCP procedeu a uma primeira análise mais detalhada dos resultados das eleições autárquicas de 11 de Outubro e concluiu que a CDU se confirma como a grande força de esquerda a nível nacional e regional – facto de grande importância política para o futuro. A CDU sai deste ciclo de três actos eleitorais com um conjunto de importantes posições, particularmente com um reforço da sua representação parlamentar – em votos, percentagem e eleitos -, que garante ao PCP e à CDU melhores condições de intervenção e luta por uma ruptura democrática, patriótica e de esquerda no nosso país.

 

2. No quadro nacional a CDU garantiu cerca de 600000 votos para as Assembleias Municipais, a maioria em 28 Câmaras Municipais e a eleição directa de mais de 3100 autarcas. A CDU conseguiu um importante reforço das suas posições na península de Setúbal e confirmou-se como a força política com mais presidências de câmara na Área Metropolitana de Lisboa. Estes importantes resultados não anulam a insatisfação com um resultado que ficou aquém dos objectivos e não corresponde à dinâmica de campanha e ao valor da obra realizada e do projecto autárquico dos comunistas e seus aliados.

 

3. No quadro regional a CDU garantiu cerca de 15500 votos para as Assembleias Municipais, elegendo deputados municipais em 10 concelhos do distrito e um total de 26 eleitos directos. A CDU reforçou as suas posições nos concelhos de Estarreja, Anadia, Murtosa, Vagos e Vale Cambra e conseguiu ligeiros avanços ou aguentou as suas votações na Mealhada, S. João da Madeira e Santa Maria da Feira, mesmo em Ovar, Espinho, Aveiro e Ílhavo, apesar de se verificarem algumas perdas, mantêm-se as posições e condições positivas de intervenção autárquica. Estes resultados não escamoteiam que a CDU ficou aquém dos objectivos traçados, longe da dinâmica e participação na campanha eleitoral e da qualidade da intervenção autárquica e local da CDU, em defesa das populações e dos seus direitos e interesses mais essenciais.

 

4. O quadro eleitoral de 11 de Outubro foi vincadamente marcado pela proximidade dos actos eleitorais - o voto de muitos cidadãos nestas autárquicas, expressou posição sobre matérias que, de nenhuma forma, podem ser resolvidas no quadro autárquico, registou-se também uma enorme bipolarização, promovida artificialmente, que beneficiou o PS e o PSD, e, por outro lado, o PS foi beneficiado pela dramatização de falsas promessas de “combate contra a direita”, após ter sido castigado  em duas eleições consecutivas com um voto de condenação das políticas de direita que concretizou.

 

5. Pese embora o Executivo da DORAv considere insatisfatórios os resultados alcançados nas eleições autárquicas, o crescimento da massa eleitoral da CDU, nos quinze dias que medearam desde as eleições legislativas, de cerca de 150000 votos a nível nacional e de cerca de 500 votos no distrito de Aveiro, tem de ser objectivamente considerado como uma consolidação da expressão eleitoral da CDU que cria melhores condições para novos avanços, numa perspectiva de intervenção e luta por uma ruptura e uma alternativa à esquerda, no distrito e no país.

 

6. O executivo da DORAv do PCP saúda os activistas da CDU, e todos os que confiaram o seu voto a este projecto de transformação e ruptura, na certeza que a confiança que depositaram na CDU não será defraudada.