Mais de uma centena de trabalhadores e utentes manifestaram-se, na passada terça-feira, contra a privatização do Hospital de Ovar para a Misericórdia. O protesto ocorreu por ocasião da reunião entre representantes dos trabalhadores, da ARS Centro, do Hospital, da Misericórdia de Ovar e da União de Misericórdias.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores e utentes incluem-se a gestão pública do hospital, o não encerramento de valências e a manutenção dos postos e vínculos de trabalho.
A Comissão Concelhia de Ovar do PCP saúda a coragem e determinação dos trabalhadores e utentes que saíram à rua por um SNS da responsabilidade do Estado, que valorize nesta condição os seus profissionais de saúde. Na terça-feira a população de Ovar demonstrou que, ontem como hoje, está preparada para defender o seu hospital e que não aceitará a sua privatização, ainda que seja de forma encapotada que encontrou o governo para as ludibriar.
O PCP chama igualmente a atenção para o facto de que todas as privatizações levadas a cabo pelos partidos da política de direita - seja o PS, PSD ou CDS - vieram acompanhadas pela demagogia de que "o serviço público seria mantido e os posto de trabalho também". A realidade demonstra que todas as privatizações vêm acompanhadas de relevantes subidas de custos (seja para os utentes, seja para o Estado); de degradação dos serviços; de diminuição da sua oferta; de precarização e aumento da pressão sobre os trabalhadores; em suma, de desresponsabilização do Estado, neste caso pela sua função constitucional de garantir o direito à saúde.
Convocado em tempo recorde e com uma adesão surpreendente, este protesto abre um excelente precedente para a ampliação da luta pelo hospital de Ovar por todas organizações e forças vivas da cidade interessadas em defender a gestão pública do seu Hospital de sempre, uma luta que é preciso continuar e intensificar.