Índice:
» 1 - Arruamentos de Ovar
» 2 - Comércio local - um olhar sobre a nossa cidade
1. Arruamentos de Ovar
[Rua Padre Férrer; Rua Escola Padre Férrer; Rua da Oliveirinha; Rua Dr. Lourenço Medeiros.]
O estado é lastimoso nas ruas perpendiculares à Rua Padre Férrer, nomeadamente na Rua Dr. Lourenço Medeiros, Rua da Oliveirinha e Rua Escola Padre Férrer. O piso já não era bom, mas depois das obras na Rua Padre Férrer, ficou uma lástima. Valas que foram abertas para canalizações e infra-estruturas que não foram reparadas ou convenientemente reparadas.
A própria Rua Padre Férrer, que tem merecido a crítica dos moradores, é um bom exemplo do mau serviço que se tem feito. Já tínhamos o caso da Rua Visconde de Ovar que não serviu de alerta, agora repetiu-se o erro na Padre Férrer.
Alterar o nível da rua é enterrar as casas, e desta forma piorar a vida de quem lá mora. Qualquer técnico, por fraco que seja, sabe disso. Não basta fazer bonito, parecer bem, é preciso que o seja também.
O povo quer obras e obras bem feitas. O custo entre fazer bem e fazer mal não é significativo. Da Junta de Freguesia esperamos que levem as reclamações à Câmara Municipal, responsável pela obra.
2. Comércio local - um olhar sobre a nossa cidade
Quando percorremos as ruas da nossa cidade, mesmo na nova Praça destinada aos peões, verificamos que estes andam por longe. As ruas estão desertas, Ovar é agora um dormitório.
Há 100 anos era o maior centro comercial do Distrito de Aveiro. Por aqui passavam os vinhos da Bairrada, o sal de Aveiro, o arroz do Vouga e do Mondego. Aqui eram valorizados, comercializados, e seguiam para as Beiras e Douro. Muitos artífices estavam aqui instalados: latoeiros, oleiros, alfaiates e todas as actividades ligadas à pesca. Ovar beneficiava da posição estratégica de ser terminal dos transportes pela Ria. Perdeu-se essa posição e não foram criadas alternativas. O Furadouro transformou-se de praia piscatória em praia balnear. A cidade não tem sabido aproveitar essa mais-valia.
No contacto que fiz com alguns comerciantes que ainda resistem, deu para avaliar as suas dificuldades.
Eis algumas:
- Custo do dinheiro;
- Detenção dos seguros de crédito;
- IVA com os atrasos na devolução;
- Pagamento Especial por Conta;
- Grandes superfícies.
O que propõem:
- Regulamentação dos horários das grandes superfícies;
- Encerramento geral aos domingos;
- Fim do licenciamento de novos mega centros;
- Redução da taxa de IRC;
- Redução do IVA para 17%;
- Benefícios nos consumos energéticos;
- Melhores condições de estacionamento.
Nenhum político, seja qual for a sua cor partidária, quer ver esta cidade deserta. Ninguém discorda de que um comércio dinâmico arrasta uma indústria activa, cria emprego, reduz a pobreza, combate a crise.
A Junta de Freguesia pode resolver estes problemas? Certamente que não está ao seu alcance.
Eis um exemplo: Coimbra. Chama-se Rota das Tabernas e vai no 4º ano consecutivo, sempre em Abril. À noite, nas tabernas, a Câmara promove jantares com música, dá-lhes o nome de Visi-Estações. São jantares em que a cultura se senta à mesa nas tabernas. Aderiram em média 30 casas típicas. Os agrupamentos musicais são recrutados entre os amadores, grupos folclóricos. Vão todas as classes sociais. O vereador da cultura mostrou-se surpreendido pela adesão popular e acredita que é bom para o turismo. Estimula o convívio e reanima a economia social.
Ovar dispõe de uma associação de comerciantes. Seria bom que entre a Junta de Freguesia e a Associação de Comerciantes se estabelecessem contactos regulares. Que se defendessem politicamente as posições dos comerciantes tradicionais, tendo em conta o interesse de Ovar. Que nos programas de animação promovidos pela Junta-te-a-nós se faça animação de rua. Os grupos folclóricos, os grupos de percussão das escolas de samba, as bandas, darão certamente o seu contributo. Concursos de montras e/ou varandas floridas. E muito mais.
“Tudo vale a pena, se a vontade não for pequena” do nosso maior poeta. Ovar bem merece.
Manuel Duarte
Eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de Ovar